Baixa da cana-de-açúcar acumula alta de 16% no mês por saca, e lutro de etanol hidratado a 7%, afirma Cepea
O impacto das geadas de junho e julho dão início a uma maior intensidade nos preços dos produtos derivados de cana-de-açúcar. Na semana passada, eles registraram valores recordes nas usinas de São Paulo.
Baixa da cana-de-açúcar gera alta nos derivados
Com a baixa da cana-de-açúcar em termos de produtividade, cada saca do produto subiu para R$ 135,70. Sendo assim, este preço supera em 16% o do final de julho e em 63% o de igual período do ano passado. As informações são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.
Motivos da alta
O aumento da saca se deve à oferta reduzida de matéria-prima, além dos efeitos climáticos adversos sobre as lavouras de cana. A safra deste ano, que começou em abril, até a primeira quinzena de agosto, o volume de cana produzido teve retração de 10,5% em São Paulo, principal estado produtor.
Portanto, as usinas paulistas colocaram 10,2% menos açúcar no mercado. a produção total de etanol teve queda de 11,1%, puxada especialmente pelo recuo de 26,5% na oferta de álcool hidratado, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
A baixa na cana-de-açúcar gerou uma oferta menor, com preço a R$ 3,25 por litro nas usinas na semana passada. Isso equivale a 75% a mais do que em igual período de 2020. Os dados de negociações ocorreram em Paulínia (SP). Já neste mês de agosto, a alta foi de 7%.
Custos elevados
Entretanto, a boa demanda externa e a redução na oferta de produto seguem trazendo custos elevados para os consumidores internos.
Além disso, o reajuste de preços pesa no bolso do consumidor final, tanto no supermercado, na compra do açúcar, como na hora de abastecer o veículo.
Seca e geada
Por outro lado, a seca e a geada já provocaram uma queda de 13% na produtividade da cana nesta safra, em comparação a anterior. Já o rendimento por hectare é de somente 75,1 toneladas neste ano, afirma a Unica.
Vale destacar que os altos preços retiram parte dos produtores do mercado. As usinas comercializaram, nos mercados interno e externo, 5% menos etanol hidratado nos primeiros 15 dias de agosto. Internamente, a queda foi de 12%.
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