Biocombustíveis como prioridade no Brasil está atrelado a incentivos no âmbito do Combustível do Futuro, que ajudam a consolidar sua vantagem, deixando a eletrificação em segundo plano
Atualmente, o Projeto de Lei do Combustível do Futuro está aguardando a sanção do presidente. Em caso positivo, o texto prevê incentivos à produção e o uso de biocombustíveis no Brasil. E tais incentivos podem consolidar a vantagem desse combustível alternativo em relação aos veículos elétricos no país.
Biocombustíveis como prioridade no Brasil
Em suma, o uso de biocombustíveis como prioridade no Brasil significa aproveitar uma infraestrutura já existente por aqui, que é similar à usada para os combustíveis fósseis. E é exatamente por estas circunstâncias que neste momento seu uso é mais vantajoso do que a eletricidade para carregar veículos, face também ao custo do produto.
Vale destacar que a eletrificação ainda enfrenta desafios associados à falta de infraestrutura de carregamento no país. Na prática, você encontra um posto de combustível em qualquer lugar de sua cidade ou nas rodovias se for viajar. Portanto, o uso de combustível líquido atrelado ao conteúdo maior de biocombustível ainda deve prevalecer.
Pontos de recarga
Por outro lado, a Vibra Energia, líder no mercado de distribuição de combustíveis e lubrificantes no país, afirma que está investindo em pontos de recarga para veículos elétricos, e estima que o setor de elétricos plug-in (BEV + PHEV) representa apenas 25% das vendas de carros em 2030. A empresa diz ainda que já foram acolhidos 9 mil quilômetros de rodovias para a instalação de carregadores de alta velocidade, em que o usuário consegue carregar completamente seu veículo em apenas 15 minutos.
Desde o fim de 2023, a Vibra Energia é parceira da Aliança pela Mobilidade Sustentável, iniciativa liderada pela 99 com mais 12 empresas e que tem entre os objetivos principais está a aceleração da infraestrutura de carregamento no país.
Combustível do Futuro
Por sua vez, o Projeto de Lei do Combustível do Futuro prevê o aumento do limite da mistura de etanol na gasolina de 27,5% para 35%, enquanto o biodiesel pode ter sua mistura no diesel aumentada de 15% para 25%. Entretanto, tais aumentos dependerão de estudos de viabilidade técnica.
A expectativa é que a demanda brasileira por combustíveis cresça ainda mais até 2030, chegando a 165 milhões de m³. E no caso dos biocombustíveis, eles devem liderar esse crescimento, com uma alta projetada de 35%. Enquanto isso, os combustíveis fósseis devem crescer 10%.
Conclusão
Diante dos fatores expostos acima, podemos concluir que os incentivos aprovados para os biocombustíveis no Brasil demonstram uma aposta na produção e no uso de fontes de energia renováveis. E por conta da infraestrutura já existente, a facilidade de abastecimento e a projeção de crescimento da demanda colocam os biocombustíveis como prioridade no cenário energético, pelo menos nos próximos anos. Mas, vale destacar que esta realidade atual ocorre em detrimento da falta de um apoio claro e objetivo para a eletrificação, que possui papel essencial na descarbonização do setor de transportes.
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