O Brasil agora é reconhecido como um exportador de cacau fino e aroma, segundo a Organização Internacional do Cacau (ICCO). Portanto, agora ele também passa a integrar o rol de países certificados no Acordo Internacional do Cacau. A inclusão foi realizada durante uma reunião do Conselho Internacional da ICCO, em Abidjan, na Costa do Marfim, no mês passado.
Certificação de cacau fino
Possui esta certificação, significa que tais países se tornam diferenciados, em relação à exportação de cacau fino e de aroma. Tal status existe desde 1972 pela ICCO. No caso do Brasil, seu aval positivo foi impulsionado pela atuação da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), na preparação de um dossiê técnico com informações sobre o cacau nacional.
Consta do documentado brasileiro aprovado o seguinte: “embora as exportações de amêndoas de cacau sejam pequenas em volume, o painel reconheceu a apresentação de dados mostrando a situação do país como exportador exclusivo de amêndoas de cacau fino ou de aroma”.
A assessoria da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Agricultura deu apoio à CEPLAC, assim como o Departamento de Promoção do Agronegócio do Ministério das Relações Exteriores. Também não pode ficar de fora a ajuda da embaixada brasileira em Abidjan.
Tentativas
Esta não foi a primeira que o Brasil tentou obter tal reconhecimento. Em 2015, o país tentou ingressar no anexo C do Acordo Internacional do Cacau, categoria que conecta os países produtores e exportadores de cacau de alta qualidade fino.
No entanto, somente três anos depois, em 2018, que as chances se tornaram mais reais, quando os técnicos da CEPLAC participaram da Conferência Mundial do Cacau, realizada em Berlim (Alemanha), além da “Reunião Preliminar do Painel Ad Hoc sobre Cacau Fino e de Aroma”, em novembro do ano passado, realizada em Guayalquil, no Equador.
Status 2019
Neste ano, foram feitas diversas videoconferências, coordenadas pela ICCO com servidores da CEPLAC, até conseguir atingir a versão definitiva do dossiê. A partir daí, o pedido brasileiro teve resposta afirmativa em abril deste ano, em uma reunião da organização em Abidjan (Costa do Marfim). E, finalmente, teve sua certificação aprovada na primeira quinzena de setembro.
Cacau fino e de aroma
O cacau fino e de aroma é identificado pela presença de sabores distintos, que vão desde os frutados, passando pelos florais, amadeirados, entre outros. Tal avaliação leva em conta as características de origem (genética), local (terroir), além do tratamento das amêndoas pós-colheita.
A segmentação de comércio mundial de cacau e chocolate fino atende a um mercado que representa 5% do total negociado entre os países. No entanto, o produto possui um preço alto no setor, chegando a valer três vezes mais do que o cacau comum ou o vendido a granel, conhecido também como “bulk”.
O governo brasileiro estima que o reconhecimento de grande exportador de cacau fino e de aroma possa elevar o interesse do mercado internacional pelo produto vindo da Mata Atlântica e da Amazônia.
Fonte: revista Rural
*Foto: Divulgação