A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) informou no fim de março que apenas 27 usinas de cana estão em funcionamento no Centro-Sul do Brasil.
Durante esse mesmo período do ano passado, as empresas em atividade nesta região chegavam a 50.
De acordo com dados da Unica, na primeira quinzena de março foram moídos 1,59 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, ou seja, 53,5% a menos do que em 2018.
A associação não liga a questão da menor porcentagem somente em relação ao fato que agora tem poucas usinas em funcionamento.
O fator climático também influenciou nesta diminuição em função das constantes chuvas no começo do mês passado e que dificultou o sistema de colheita.
A nova temporada para a comercialização de açúcar e do combustível etanol que são derivados da cana foi iniciada neste mês.
Mas, algumas usinas começaram o procedimento antes, logo que tinham a cana pronta para ser processada ou ainda para levantar capital rapidamente ao produzir etanol para negociação no mercado à vista.
Os números baixos fornecidos pela Unica chamam a atenção para a questão do longo período de seca ocorridos entre dezembro e janeiro desse ano.
E quando parou a seca, iniciou um período de fortes chuvas em março, suficientes para atrasar ainda mais o começo de processamento da cana e, consequentemente, dificultar seu desenvolvimento até chegar à fase de colheita e comercialização.
Mas nem tudo foi perdido nesse processo, por ser de mais fácil produção, o etanol tem gerado lucro para as usinas que já possuíam o combustível à pronta entrega.
A procura por etanol hidratado aumentou em relação a 2018 cerca de 23% e o produto compete diretamente nas bombas com a gasolina.
Para o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, o valor do etanol hidratado em comparação à gasolina é mais atrativo e o consumidor final acaba optando por ele na hora de encher o tanque do carro.