Transporte coletivo de São Paulo não está recebendo investimento como o urbano com mais pistas em trecho da rodovia Castello Branco, por exemplo
No fim de maio, o pré-candidato à reeleição do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), anunciou a liberação de R$ 815,3 milhões para uma série de obras no eixo da Rodovia Castello Branco, em Barueri, na área oeste da RMSP.
Mas afinal de contas por que o governo estadual não investe no transporte coletivo?
Vale lembrar que neste ano houve um aumento também da produção de ônibus no Brasil, com 17,36%.
Transporte coletivo de São Paulo
No caso, o projeto inclui a construção de 5 km de vias marginais, em ambos os sentidos da Castello, uma faixa adicional do km 27 ao km 31 e a remodelação dos trevos de acesso a Barueri e ao bairro de Alphaville. Segundo nota de divulgação do governo estadual, o serviço será executado pela concessionária CCR ViaOeste, sob supervisão da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), com prazo de conclusão de 35 meses.
Ação de desenvolvimento sustentável
Entretanto, o vídeo oficial do governo apresenta a obra como uma “ação de desenvolvimento sustentável”. Contudo, a notícia seria boa se as tais pistas e trevos fossem destinadas à circulação exclusiva ou prioritária dos transportes públicos na região. Mas não são.
Duas décadas antes
Em contrapartida, em 2001, mais de 20 anos atrás, já com a rodovia sob concessão, o então governador Mário Covas inaugurou duas pistas marginais, também na região de Barueri. E ainda uma ampla praça de pedágios, o que gerou manifestações de protestos de moradores e outros usuários da estrada.
Porém, à época, essa expansão aliviou temporariamente os engarrafamentos, mas também estimulou o crescimento da demanda. Ou seja, com as pistas livres, moradores e trabalhadores sentiram-se encorajados a usar seus carros particulares. Sendo assim, já por volta de 2006, em alguns horários, os motoristas perdiam de 40 a 50 minutos para percorrer um trecho de apenas 3 km. E na mesma época, a solução apontada era a extensão das pistas marginais.
Conclusão sobre o transporte coletivo de São Paulo
Pistas atraem mais carros, que pedem mais pistas, com mais carros, mais pistas. Portanto, isso tudo vira um ciclo vicioso que se reproduz em cidades de todo o Brasil.
Por fim, um caminho mais sustentável passa pelo transporte coletivo de qualidade. Mas por que não há investimento em uma nova linha de trens, rápidos e confortáveis que façam a ligação entre os bairros e cidades da região com a capital, por exemplo? E ainda há os projetos dos trens intercidades que jamais saíram do papel.
*Foto: Reprodução