Concurso mundial de vinhos premiou produções de SP, Minas e Rio Grande do Sul; disputa ocorreu em Bruxelas, com quase mil concorrentes, de 25 países
Os espumantes nacionais vem fazendo mais sucesso de uns tempos para cá. Mas o Brasil não para por aí e prova disso é que, recentemente, cinco vinhos tintos produzidos com uvas de origem francesa conquistaram ouro no Mondial de Bruxellas, na Bélgica. E os premiados mostraram que a qualidade do vinho brasileiro está elevada em diferentes regiões do país. Os rótulos são de três estados: dois tintos de São Paulo, um tinto de Minas e dois do Rio Grande Sul, o nosso maior produtor e o mais tradicional. Além disso, todos esses vinhedos são de altitude, o menor fica a 750 metros acima do nível do mar. O concurso reuniu 960 rótulos de 25 países. O júri contou com 51 especialistas internacionais.
Vale lembrar que, segundo o especialista em vinhos, Luciano Mestrich, o paladar dos consumidores brasileiros tem se tornado mais sofisticado e exigente, buscando vinhos que ofereçam uma experiência sensorial única e reflitam a diversidade de estilos e terroirs do mundo vitivinícola.
Concurso mundial de vinhos – Minas Gerais
Segundo o concurso mundial de vinhos, o rótulo Bárbara Eliodora Syrah 2021 (R$ 176, no site da marca ) foi elaborado em Minas Gerais, pela Vinícola Barbara Eliodora, com uvas cultivadas a 850m de altitude e colhidas no inverno. Possui coloração vermelho rubi, com reflexos violáceos. Os aromas são de frutas vermelhas, geleia de amora e toque de especiarias. O grau alcoólico é de 13,8%. Harmoniza bem com queijos macios amarelos, massas de molho vermelho, pizzas e carnes grelhadas. Já os vegetarianos podem acompanhar com lasanha de berinjela com molho de queijos.
Ribeirão Preto
O Entre Rios Equilíbrio 2021 ( R$150, no site da marca) foi elaborado em Ribeirão Preto, em São Paulo, pela Terras Altas Vinícola e também é feito com a uva Syrah. Além disso, esse mesmo vinho conquistou o bronze no Decanter World Wine Awards 2023, o maior e mais importante concurso enológico do mundo, realizado em Londres.
O rótulo do interior paulista foi em homenagem à riqueza e ao pioneirismo de Ribeirão Preto, que era chamada de Entre Rios de 1879 a 1881. As uvas são de vinhedos próprios cultivados a 750 metros de altitude e em solos de origem basáltica. Tem coloração rubi, aromas frutados, leve toque de especiarias. Na boca, os taninos são maduros e aveludados. O teor alcoólico é de 14,5%.
Da mesma marca e também produzido com Syrah, o Entre Rios Terroir 2021 (R$203, no site da Terras Altas) conquistou o ouro no concurso. As uvas são do mesmo vinhedo do outro vinho da marca. No entanto, parte dele ficou 12 meses em barricas de carvalho francês. A coloração é rubi intensa e apresenta aromas de frutas vermelhas, coco e amêndoas.
Contudo, a Terras Altas Vinícola revela que busca, neste rótulo, um equilíbrio entre fruta (a uva) e madeira (as barricas onde o vinho amadureceu). Ele já havia conquistado medalha de prata no Decanter World Wine Awards deste ano. Harmoniza com carnes vermelhas, massas com molhos intensos e queijos semiduros. O teor alcoólico é de 14,5%.
Rio Grande do Sul
Por fim, o Jolimont Merlot Reserva 2021 (R$ 99, no site da Jolimont) também é produzido com uma uva da região de Bordeaux. Tem coloração vermelho rubi e notas de frutas negras como ameixa, amora e framboesa, além de toques de ervas finas, tabaco e café. Tem acidez equilibrada, taninos macios, frutado. O potencial de guarda é de cinco anos. Vai bem com massas com molhos como o carbonara.
*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/vista-lateral-vinho-tinto-em-garrafa-copo-e-uva-na-mesa-escura-e-horizontal_7838374