Conversão de hidrogênio a partir de etanol poderá abastecer três ônibus urbanos que circulam pelo campus e um ônibus rodoviário com autonomia de 450 km
A Universidade de São Paulo (USP) anunciou que vai começar nas próximas três semanas a primeira estação de abastecimento de hidrogênio renovável a partir de etanol do mundo. A planta ficará no campus Capital-Butantã e foi criada após projeto do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa.
Conversão de hidrogênio
A estação de conversão de hidrogênio terá capacidade de produção de 4,5 kg por hora, o que corresponde a 100 kg por dia. O combustível irá abastecer três ônibus urbanos que circulam pelo campus e um ônibus rodoviário com autonomia de 450 km.
De acordo com estudos preliminares, se 18 ônibus urbanos movidos a diesel que circulam pela USP fossem hoje substituídos por versões abastecidas com hidrogênio, a universidade deixaria de emitir quase 3 mil toneladas de CO2 [dióxido de carbono] por ano.
Os pesquisadores pretendem avaliar a eficiência desses ônibus urbanos movidos a hidrogênio. Agora será possível avaliar esses veículos em um ciclo real, uma vez que na indústria automobilística, para chegar a uma produção em série de um veículo, é preciso ter os números muito bem determinados e definidos em operações reais.
Tecnologia
A tecnologia empregada na planta-piloto para a conversão de hidrogênio a partir do etanol é baseada no uso de um reator desenvolvido pela startup paulista Hytron com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP.
Dentro do reformador, o etanol e a água são aquecidos a 750°C com a intenção de desencadear reações químicas que resultam na quebra das moléculas de etanol – constituídas por átomos de carbono e de hidrogênio – e, consequentemente, na produção de hidrogênio e monóxido de carbono biogênico, ou seja, que não é de origem fóssil.
Através de uma tecnologia desenvolvida pela Raízen, foi possível integrar todo esse processo e utilizar 7 litros de etanol para a produção de 1 kg de hidrogênio.
Além disso, também são utilizados 2,5 quilowatts-hora (kWh) para manter os sistemas com pressão e a parte elétrica. Por fim, diante de todas essas avaliações, é possível verificar que o hidrogênio produzido na estação vai chegar a um valor muito competitivo, inclusive para uso nesses quatro ônibus aqui na USP.
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