A contratação do crédito rural do Plano Safra 2020/21 teve um desempenho recorde em seus primeiros 30 dias. Além de superar expectativas, a iniciativa também mostrou que o setor do Agronegócio está descolado da crise de impacto econômico, em razão da pandemia da Covid-19.
Ontem (5), a Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou o Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2020/2021. O documento revelou que os R$ 24,15 bilhões contratados no primeiro mês do Plano Safra correspondem a 50% a mais que o mesmo período do ano passado. sobre isso, Cesar Halum, secretário de Política Agrícola, afirma:
“Nós tivemos um crescimento expressivo no valor aplicado no primeiro mês do Plano Safra e nos dá alento por acreditar que estamos no caminho certo e que os produtores estão confiando na redução das taxas de juros, na estabilidade do mercado, na economia brasileira e confiando na gestão do Ministério da Agricultura. Todos esses fatores são um crédito a mais para a ministra Tereza Cristina.”
Crédito rural do Plano Safra 2020/2021
Além disso, segundo a avaliação, fica evidenciado o crescimento em todas as modalidades de financiamento. Sendo assim, o destaque mais expressivo foi a alta de 110% nos financiamentos de investimento, com R$ 5,2 bilhões em contratações. São os investimentos em infraestrutura produtiva que asseguram a sustentabilidade da atividade no decorrer do tempo, reforça o secretário:
“Este valor significa que o produtor rural está acreditando no agronegócio, está investindo, por exemplo, em armazenagem, em correção de solo, em aquisição de maquinários e de equipamentos para melhorar a tecnologia no campo.”
Vale reforçar, que entre julho de 2019 e abril deste ano, as contratações somaram R$ 156,6 bilhões.
Programas de investimentos
Em relação aos programas de investimento, todos cresceram, praticamente, mais de 100%, na variação comparativa com o mesmo mês do ano agrícola anterior. Neste caso, merecem destaque: Moderagro (535%), Moderinfra (413%), Programa ABC (134%) e Inovagro (175%).
Crédito de custeio
Sobre o crédito de custeio, também houve elevação de 39%, com R$ 15 bilhões contratados. Portanto, isto é um sinal de grande motivação dos agricultores para o cultivo da safra que se inicia.
Pronamp
Já o Pronamp (médios produtores) registrou uma alta de 26% no número de contratos de custeio (20 mil) e de 32% no valor aplicado (R$ 3,4 bilhões). Todavia, o Pronaf (agricultura familiar) também cresceu, sendo 36% nos contratos (81,3 mil) e 57% em desembolso (R$ 2,8 bilhões). Sobre isso, Cesar Halum avalia:
“Outro fator que nos deixou extremamente felizes foi o crescimento das contratações do custeio pelos pequenos e médios agricultores, que é o objetivo maior do nosso Plano Safra. Eles estão sendo atendidos em suas necessidades de crédito rural.”
Vendas
Com um R$ 1,8 bilhão em empréstimos voltados às vendas, 17% de aumento em comparação ao mesmo período da última safra, revela que os preços agrícolas, em geral, continuam bastante remuneradores. Consequentemente, isso faz com que os produtores vendam seus produtos em vez de os estocarem a espera de melhores preços. Sendo assim, a demanda por crédito rural do Plano Safra para estocagem não foi tão acentuada.
Preço aceitável
O secretário ainda afirma que atualmente o mercado está oferecendo um preço aceitável:
“Os produtores de milho, de soja, de arroz, enfim, todos estão satisfeitos com a remuneração que o mercado está dando aos seus produtos. Isso nos dá confiança de que teremos uma safra de grãos muito maior do que a deste ano, que já foi recorde.”
Industrialização
Por fim, o setor industrial também contou com financiamentos de desempenho favorável, com aumento de 69%, o que corresponde a R$ 2 bilhões em aplicação.
*Foto: Reprodução/iStock/Mapa