Diesel mais ativo até 2031 é uma expectativa no PDE, e diz respeito ao abastecimento de caminhões; com isso o combustível continua com 34% da demanda total do setor de transportes
O óleo diesel deve continuar como o combustível mais usado no setor de transportes no Brasil. O fato corresponde a 51% do consumo em 2031, ante 49% em 2021. É o que revela o novo caderno do Plano Decenal de Energia 2031 divulgado na última sexta-feira (11).
Além disso, para abastecimento de caminhões, o diesel continua com 34% da demanda total do setor de transportes.
Diesel mais ativo até 2031
O diesel mais ativo até 2031 diz respeito ao documento produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O levantamento considera políticas para o setor de transportes e combustíveis. Isso inclui o RenovaBio e o mandato de biodiesel, que em 2022 foi reduzido de 14% para 10%.
Por outro lado, no curto prazo, a indicação é que o Brasil permanecerá dependente do combustível fóssil, e o timing não poderia ser pior:
Em 2021, a declaração final da COP26 trouxe o compromisso internacional para a redução gradual dos combustíveis fósseis. Enquanto isso, governos e empresas assinaram compromisso para encerrar a venda de motores de combustão interna até 2035 nos principais mercados em 2040 em todo o mundo.
Neste caso, o governo federal estuda zerar os tributos do óleo diesel para segurar o impacto da alta dos preços dos combustíveis em 2022, durante a corrida eleitoral. Um subsídio que pode chegar a R$ 20 bilhões.
Em relação ao petróleo, este segue em alta à medida que a economia mundial recupera-se dos problemas gerados pela pandemia, aproximando-se de US$ 100 o barril.
Transporte ferroviário
Contudo, no caso do transporte ferroviário, o levantamento apontou que, mesmo considerando um aumento na participação do setor, a tendência média é que a produção deste meio de transporte cresça 193% nos próximos 15 anos. Isto segundo o PNL 2035, onde o transporte rodoviário de cargas permanece predominando na demanda energética do setor de transportes.
Em um trecho do documento, diz o seguinte:
“A demanda energética do transporte de cargas continua concentrada no uso do óleo diesel, já que não há perspectiva de desenvolvimento de projetos com uso de fontes substitutas de modo expressivo para veículos pesados.”
Substituição de fontes de energia
Em contrapartida, a perspectiva de substituição de fontes de energia está concentrada em caminhões leves a médios.
Além disso, a EPE estima que, nos nicho de caminhões de semileves e leves, 11,5% dos licenciamentos devem ser de híbridos e elétricos em 2031. Já nos médios, em razão do crescente uso desses veículos para a distribuição final em cidades, a participação é calculada em 12,5%.
O que diz a EPE
A EPE afirma o seguinte:
“A eletrificação de veículos ainda requer investimentos expressivos, tanto por parte de governos quanto da indústria automotiva e de setores de distribuição de energia e de serviços de mobilidade. Desta forma, antes de 2030, tecnologias como a bateria e a célula combustível a hidrogênio não deverão deslocar parcelas significativas de demanda.”
A EPE destaca também que há a necessidade de insumos, investimentos e infraestrutura para dar escala e viabilidade econômica. E eles estão entre os gargalos mencionados pelo governo.
“Para os segmentos de caminhões mais pesados, a eletrificação deve levar mais tempo para ser competitiva frente aos veículos tradicionais.”
*Foto: Divulgação