Prorrogação de prazo para metas da CBio impactam os preços dos combustíveis, pois as distribuidoras repassam as despesas com a compra dos títulos emitidos por produtores de biocombustíveis
Na última sexta-feira, a consultoria Itaú BBA afirmou que a prorrogação do prazo parao cumprimento das metas de aquisição de CBios (créditos de descarbonização) pelas distribuidoras de combustíveis já fez os preços dos títulos caírem do patamar de R$ 200 para R$ 93.
Metas da CBio
Além disso, na avaliação dos analistas, o decreto editado pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 22 de julho freou a demanda e, consequentemente, derrubou os preços, o que impactou as metas da CBio.
Vale lembrar que no fim de março deste ano veio à tona a obrigação de compras de CBios em 2022, o que incluía créditos não entregues em 2021.
Por outro lado, os custos dos CBios impactam os preços dos combustíveis. Isso porque as distribuidoras repassam as despesas com a compra dos títulos emitidos por produtores de biocombustíveis — especialmente etanol.
Em relatório, os analistas afirmam:
“Essa mudança impacta diretamente o balanço dos títulos no curto prazo, já que com a postergação da obrigatoriedade de aquisição dos CBios reduz a necessidade imediata de compra.”
Cenário confortável continua em 2023
Além disso, a consultoria prevê que este cenário mais confortável de preços continue em 2023. Mas, haveria uma exceção em caso de haver concentração das negociações se as compras forem muito postergadas pelas distribuidoras.
Em um trecho do relatório do Itaú BBA é falado sobre os prçeos dos títulos:
“Para os anos posteriores a 2023, dado que as metas compulsórias são maiores, os preços dos títulos tendem a flutuar em patamares elevados refletindo incertezas relacionadas ao tamanho do crescimento da oferta de títulos no futuro.”
Todavia em outro relatório , de monitoramento de preços, a consultoria disse que os preços dos CBios atingiram o patamar de R$ 93,57 na segunda quinzena.
No entanto, o preço médio anual do título até o período é de R$ 120,04. Ou seja, bem acima da média de R$ 39,31 de 2021.
Segundo o Itaú BBA, o volume de CBios emitidos até o fim de julho totaliza 48,3% da meta anual fixada pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) e pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para 2022, de 36,75 milhões de títulos.
Por fim, o número de CBios disponíveis até o dia 1º de agosto é de 23,4 milhões.
*Foto: Reprodução