A questão sustentável está cada vez mais presente na vida dos moradores de Mato Grosso e região amazônica.
Ambas regiões semeiam novas árvores e juntam produtores rurais, comunidades e o setor privado na guerra contra as alterações climáticas. Essas mudanças impactam o cotidiano de quem depende de terras férteis para sobreviver e é preciso fazer algo a respeito.
O povoado de Santa Cruz do Xingu (MT) fez modificações a respeito do cultivo de produtos essenciais, como o carbono. O reflorestamento dessa região garante a extração desse componente de forma sustentável, gerando renda aos produtores locais.
Estas práticas sustentáveis de reflorestamento também causam maior rentabilidade para soja e milho graças à extração do carbono mais puro. Com isso, os fatores de melhoria ao meio ambiente fazem com que as comunidades também se preocupem com sua restauração.
PROJETO CARBONO DAS NASCENTES DO XINGU
Segundo o idealizador do projeto, Fokko Heirinch Schwabe, o restauro de florestas a partir de sementes deu certo nessa região. Suas nascentes e córregos melhoraram. A ação do “Carbono Das Nascentes do Xingu” visa a extração do carbono com menor impacto ambiental. Além disso, com uma restauração ecológica, os produtores de carbono conseguem validar internacionalmente todo o processo de colheita.
Associação Xingu Sustentável (AXS)
Schwabe também é responsável pela fundação da Associação Xingu Sustentável (AXS), que utiliza sementes nativas e adubação verde no processo. O procedimento abrange as Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal de fazendas locais.
Os produtores do município tentaram outras alternativas de reflorestar o lugar, mas sem sucesso. E eles se deram que a melhor solução era o uso de sementes e não de mudas de plantas.
O modelo que garantiu o efeito esperado foi baseado na iniciativa sustentável do ISA (Instituto Socioambiental). Desde 2011, o AXS planta florestas na região em parceria com a Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX). Esta última é quem fornece as sementes.
CCB – CLIMA, COMUNIDADE E BIODIVERSIDADE
Neste ano, o projeto que visa a melhor extração de carbono foi validado com o padrão CCB. Este certificado atesta o compromisso da instituição em reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) totalmente.
Medidas como essa provam que é possível extrair matéria-prima de forma sustentável e incentivar os produtores a recuperar suas florestas. E também chamar a atenção mundial sobre a importância do reflorestamento em áreas atingidas e que impactam o meio ambiente.
IMPACTO SOCIAL
A cadeia sustentável implantada com essas iniciativas começa com a coleta e venda de sementes e o início do reflorestamento. Em seguida, essas “florestas do futuro” geram créditos de carbono comercializados pela empresa Natura.
As sementes fornecidas pela ARSX, que emprega muitas mulheres da região, gerou fonte de renda de quase R$ 500 mil. Essa atitude comprova que o carbono pode se tonar um produto de valor socioambiental e econômico.
O contrato da Natura prevê a coleta de carbono nas áreas já plantadas até 2046. Além disso, a AXS quer integrar outras iniciativas que agreguem a restauração de áreas de passivos ambientais.
*Foto: Divulgação