SAF da Petrobras também pode ser uma alternativa para reduzir as emissões de CO2 da aviação; produção será feita nas unidades de São Paulo e Rio de Janeiro
Cada vez mais debatida no mundo, o combustível sustentável de aviação chegou também nas unidades da Petrobras. Em suma, a petroleira também entra na prática de adoção de medidas mais rígidas para emissões de carbono no setor de aviação até 2027. Conheça ao longo deste artigo a proposta da estatal.
SAF da Petrobras
A produção de SAF da Petrobras tomará por base a já existência de uma matéria-prima competitiva, e que será tratada nas seguintes unidades: Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), e Pólo GasLub, em Itaboraí (RJ).
Segundo o departamento de transição energética e sustentabilidade da petroleira, as duas unidades produzirão SAF a partir de óleo vegetal ou de gordura animal. Todavia, em Cubatão, a operaração começa em 2028. E no Pólo GasLub, apenas em 2031.
Fórum Ibef-Rio
Vale lembrar que durante o Fórum Ibef-Rio sobre Óleo e Gás para um Futuro Sustentável, a Petrobras já havia manifestado que suas duas unidades podem ter a capacidade de atender 30% da demanda nacional por querosene de aviação. Isso porque ambas as plantas estão projetadas para produzir um total de 34 mil barris por dia (bpd) de SAF, sendo 19 mil pbd no Pólo Gaslub e 15 mil bpd na RPBC.
O que é SAF?
Da sigla em inglês (Sustainable Aviation Fuel), o SAF ficou conhecido no Brasil como combustível sustentável de aviação e é produzido a partir de recursos renováveis como óleos vegetais, biomassa, gordura animal, gases residuais, entre outros. Com isso, torna-se uma alternativa mais sustentável ao querosene de aviação derivado do petróleo, por exemplo.
Além disso, o uso do SAF pode ajudar a diminuir as emissões de carbono na aviação entre 70% e 90%, segundo estimativas. O SAF também possui uma característica drop-in. Isso nada mais é do que substituir inteiramente o produto fóssil, sem necessidade de adaptações em motores ou na infraestrutura de distribuição.
Meta zero até 2050
Atualmente, a aviação é responsável por aproximadamente 2% das emissões globais de CO2. Em 2022, a Organização da Aviação Civil Internacional (Oaci), das Nações Unidas, determinou a meta de zerar as emissões de carbono na aviação internacional até 2050. Sendo assim, em 2023, os estados-membros da Oaci se comprometeram a diminuir as emissões de CO2 em 5% até 2030.
E também no ano passado, a Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) anunciou que foram produzidos mais de 600 milhões de litros de SAF no mundo, o dobro de 2022. Entretanto, essa quantidade representa hoje menos de 0,5% do volume de combustível utilizado na aviação.
Debate no Congresso
Por todos esses fatores listados acima que não é uma surpresa que o SAF esteja em discussão no Congresso Nacional. Em março deste ano, a Câmara dos Deputados aprovou o PL 528/2020, batizado de Combustível do Futuro, que prevê a criação do Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV), que tem a finalidade de incentivar a pesquisa, a produção, a comercialização e o uso do SAF no Brasil.
Atualmente, o projeto está em tramitação no Senado Federal. A proposta institui uma meta de 1% a partir de 2027, com aumento gradativo até atingir 10% em 2037, para os operadores aéreos diminuírem as emissões de carbono nos voos domésticos através do uso do SAF.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/aviao-no-aeroporto-ao-por-do-sol_11245091.htm#fromView=search&page=1&position=3&uuid=f63d6c0a-87ed-45ec-af01-7cb1270c5dd6