Além da safra 2020/21 da soja, o plantio de milho e arroz também ocorre neste período do ano
No Brasil, o plantio da safra 2020/21 da soja avançou rapidamente nas últimas semanas. Sendo assim, seu percentual já semeado se aproxima da média histórica para o início de novembro. No entanto, o plantio sofreu atraso no mês de outubro pela seca. Na região Sul do país foi o outubro mais seco dos últimos 20 anos em algumas cidades. Já no Centro-Oeste, foi o mais seco dos últimos seis anos.
Porto de Paranaguá
Segundo a agência marítima Southport, no dia 2 de novembro, 38 mil toneladas se soja foram embarcadas dos EUA rumo ao porto de Paranaguá. Com isso, as importações de soja com origem americana estão se beneficiando da isenção de tarifa de importação fora do Mercosul. Além disso, o objetivo é conter a alta dos preços no mercado doméstico.
Importações
Só no mês passado, foram importadas 97,3 mil toneladas de soja. Desde janeiro de 2020, as importações somam 625 mil toneladas, afirma o relatório da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia. Apesar disso, o volume ainda é pouco significativo, diante dos 3,5 milhões de toneladas esmagadas mensalmente.
Safra 2020/21 da soja
Vale lembrar que em junho deste ano, a soja já bateu recorde com 87,5% das vendas realizadas.
E em termos de preços, no mês de outubro foi divulgado que o óleo de soja ficaria mais caro, por exemplo. Isso tudo em razão de uma demanda aquecida e pela elevação do dólar.
Todavia, no mercado interno, de acordo com o indicador Cepea/Esalq, o preço médio da soja no Paraná mês passado foi de R$ 158,41/saca, alta de 15,8% em relação ao mês de setembro.
Além disso, a tendência de alta também segue no mercado internacional. Prova disso é que em Chicago a soja voltou a apresentar uma semana de movimentações em alta, com cotações perto de US$11,00/bushel.
Milho
Além da safra 2020/21 da soja, o Brasil também está em período de plantio de milho. Porém, o cereal 1ª safra teve falta de chuva. O fato gerou preocupação em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Portanto, o potencial deste ciclo já fica comprometido, especialmente nas lavouras que se aproximam do pendoamento (estágio fenológico crítico para a falta de chuvas). Por outro lado, o milho 2ª safra deve ter calendário de plantio apertado. Isso é reflexo do atraso do plantio de soja nas principais regiões produtoras.
Sobre isso, o indicador de preços Esalq/B3 diz que os preços de milho seguem acima de R$ 80/saca na primeira semana de novembro. Ou seja, levemente abaixo do preço recorde da última semana de outubro, de R$ 82,67/saca.
Já a média dos preços de milho no fechamento de outubro, conforme o Cepea, foi de R$ 72,7/saca, alta de 21% em relação ao mês anterior.
No Paraná, 74% do milho safrinha 2019/2020 já foi vendido, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral). Isso significa uma evolução de 8% durante o mês e 5% acima desse mesmo período da safra passada.
Arroz
No entanto, a nova safra de arroz segue em boas condições de plantio. Fato é que o clima propício levou a um adiantamento no plantio em relação à última safra no do país.
Ao contrário de outras culturas, o clima seco nessa época do ano favorece o arroz, além de uma boa luminosidade. De acordo com o levantamento semanal feito pela Emater/RS-Ascar, o preço médio do arroz chegou a R$ 102/saca. Mas com queda de 1% em comparação ao preço de 30 dias atrás.
Todavia, as importações brasileiras de arroz beneficiado marcaram 102 mil toneladas em outubro. Uma alta de 46% frente ao mesmo período de 2019.
Em relação às importações de arroz em casca, foram de apenas 2,5 mil toneladas. Uma queda de 76%.
Por fim, de acordo com o Ministério da Economia, as importações de outubro não sofreram influência ainda da isenção da Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC) de 400 mil toneladas. Isso porque as importações de outubro foram majoritariamente do Mercosul.
*Foto: Divulgação/Cotrisoja