Produção brasileira de soja e milho verão 2021/22 deve alcançar o recorde de 143,3 milhões de toneladas
Na segunda-feira (2), a consultoria StoneX fez sua primeira projeção para a próxima temporada, com plantio em início de setembro. Sendo assim, a produção brasileira de soja e milho verão 2021/22 deve alcançar o recorde de 143,3 milhões de toneladas. Isso seria uma alta de 5,6% no comparativo anual.
Além disso, a área plantada para o novo ciclo foi estimada em 40,1 milhões de hectares, alta de 1,5 milhão ante a temporada anterior.
Produção brasileira de soja e milho verão 2021/22
Ao considerar um clima dentro da normalidade, o rendimento médio nacional foi estimado em 3,57 toneladas por hectare.
De acordo com Ana Luiza Lodi, a especialista de inteligência de mercado da StoneX:
“O clima começará a ser acompanhado de perto, após chuvas abaixo do usual durante boa parte de 2021 e lembrando dos atrasos ocorridos na regularização das precipitações em 2020.”
Ela ainda complementou que em meio a preços fortalecidos e perspectivas favoráveis à demanda no mundo todo, o Brasil possui uma “posição privilegiada”. Isso porque conta com área disponível para o avanço da agricultura. Portanto, sem precisar ocupar vegetação nativa.
Em caso de recorde atingido
Por outro lado, se houver o recorde de produção estimado pela StoneX, o balanço de oferta e demanda da soja teria espaço para ficar “mais folgado”.
Em relação à exportação no maior produtor e exportador mundial da oleaginosa deverá crescer para 92 milhões de toneladas em 2022, versus 85,5 milhões neste ano. Enquanto isso, a demanda interna deverá elevar para 49 milhões de toneladas, ante 47,5 milhões em 2021.
Por fim, nesse cenário, os estoques finais em 2022 ficariam em 6,32 milhões de toneladas, ante 3,8 milhões em 2021.
Para 2021, houve uma elevação da estimativa de importação, para 900 mil toneladas.
Cenário do milho
Já a projeção da StoneX para a safra de milho verão 2021/22 brasileira é de 29,8 milhões de toneladas. Um crescimento de 15,7% no comparativo anual. Além de um ligeiro aumento de área após a temporada anterior sofrer com o clima, e os preços se fortalecerem.
Além disso, há expectativa de aumento na área plantada para 4,45 milhões de hectares, ante 4,2 milhões em 2020/21, em meio ao balanço de oferta e demanda restrito, com a quebra da safrinha em 2021.
Em relatório da consultoria, foi afirmado:
“Assim como para a soja, o clima será central para se atingir esses números, lembrando que o cereal também foi afetado pelo clima irregular….”
Porém, a StoneX ainda não está divulgando número da segunda safra 2021/22. Sendo assim, ela adotou o maior nível que foi estimado anteriormente para o ciclo de inverno 2020/21, de 82,4 milhões de toneladas, para desenhar o balanço.
Produção total de milho
Contudo, a produção total de milho em 2021/22 teria potencial para alcançar recorde de 113,94 milhões de toneladas.
E neste cenário, as exportações de milho em 2022 poderiam atingir 40 milhões de toneladas, ante 19 milhões em 2021. Isso porque a safra sofreu com seca e mais recentemente com geadas.
Em compensação, a demanda doméstica de milho seguirá crescente no ano que vem, atingindo 72,5 milhões de toneladas, alta anual de 1 milhão de toneladas.
Colheita atual
Para o milho da safra que está sendo colhida (ciclo 2020/21), e que foi seriamente atingida por intempéries, a StoneX calcula produção total em 87,14 milhões de toneladas, contra 87,9 milhões de toneladas indicadas no relatório anterior.
Essa nova estimativa para o milho é a menor desde 2017/18. Na ocasião, o país produziu 80,7 milhões de toneladas do cereal.
Já a projeção para a segunda safra de milho 2020/21 foi novamente revisada para baixo, de 60,5 milhões para 59,6 milhões de toneladas, depois de geadas que ocorreram mês passado.
Sobre isso, a StoneX explicou:
“O corte de mais de 800 mil toneladas resultou de uma expectativa de menor produtividade em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, destacando que esse último Estado, juntamente com o Paraná, foram os mais atingidos por geadas no último mês.”
Por fim, em relação ao Sudeste, o avanço da colheita da segunda safra tem mostrado que os impactos do déficit hídrico sobre os rendimentos do cereal foram maiores do que se esperava anteriormente.
*Foto: Divulgação