Sustentabilidade ambiental equilibra o uso dos recursos naturais, segundo práticas sustentáveis para reduzir a exploração do meio ambiente e poluição irracional
De acordo com o economista francês, Ignacy Sachs, a sustentabilidade ambiental é a capacidade dos ecossistemas de se manterem diante das agressões humanas.
Sustentabilidade ambiental na prática
Por outro lado, de forma mais simples, a sustentabilidade ambiental é considerar a sobrevivência das gerações futuras a partir do uso de recursos naturais de hoje. Isso abrange a exploração responsável da natureza. Ou seja, quais são as fontes de energias usadas e como são realizados os descartes de materiais, por exemplo.
É também sobre a consciência humana em relação à preservação do planeta. Sendo assim, é preciso ser responsável e racionalizar. Portanto, em esgotar os recursos a que já temos acesso e ainda pensar em quem irá consumi-los no futuro.
Além disso, o ponto chave da sustentabilidade ambiental é encontrar o equilíbrio entre os padrões de consumo e os processos de produção com a integridade do ecossistema por meio da preservação da qualidade do ar, dos solos, das águas e dos seres vivos.
Como nasceu o conceito
O conceito anda junto com o desenvolvimento sustentável, que visa atender as necessidades da geração atual por meio do uso responsável dos recursos naturais para que as necessidades básicas das gerações futuras não sejam comprometidas.
Já o termo desenvolvimento sustentável surgiu por volta de 1987, em um relatório da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Nosso Desenvolvimento. Na ocasião foi declarado que para que o desenvolvimento sustentável fosse alcançado seria necessário atender em primeiro lugar as necessidades básicas da sociedade como um todo. Isso inclui buscar o equilíbrio entre o desenvolvimento socioeconômico, político e cultural e a preservação do planeta.
De lá para cá, a ONU já realizou várias conferências ambientais e em 2015 foi lançada a agenda 1. Esta contém 17 objetivos para os países atingirem a sustentabilidade ambiental.
Três pilares
Contudo, há três pilares que integram o conceito de sustentabilidade. São eles: social, econômico e ambiental.
Já o termo foi criado em 1974 por John Elkington e está vinculado ao conceito ESG. Trata-se das práticas adotadas por empresas que desejam mostrar seu comprometimento em reduzir seus impactos negativos no meio ambiente e na sociedade.
Tais práticas são seguidas por empresas que entendem que o lado econômico não é mais o principal indicador de sucesso. Isso porque tanto consumidores quanto investidores hoje buscam criar relacionamentos com empresas que se importam com seu papel no futuro do planeta.
Sendo assim, os três pilares devem ser entendidas como complementares ao se criar projetos e métodos para trabalhar a sustentabilidade ambiental de um modo eficiente.
Social: foca no bem-estar e igualdade de todos, na cultura, educação, saúde e lazer.
Ambiental: o uso dos recursos naturais pela geração atual e como trabalham a preservação do meio ambiente.
Econômico: os processos de produção, desenvolvimento e o consumo, considerando os pontos sociais e ambientais.
Na prática
As possibilidades podem individuais ou em formato coletivo. Mas desde que se atinjam os objetivos de desenvolvimento.
Em países
Tratam-se de países que se comprometeram a implementar a Agenda 30:
- Preservação da biodiversidade;
- Criação de zonas verdes e reflorestamento de áreas devastadas;
- Promover o uso de energias renováveis;
- Limitação do crescimento populacional;
- Garantia de alimentação em longo prazo;
- Desenvolvimento de tecnologias ambientais para a sustentabilidade ambiental.
Em empresas
Aqui o objetivo é conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e a responsabilidade social. Algumas ações que podem ser seguidas:
- Respeitar as leis ambientais;
- Uso de tecnologias de comunicação para diminuição de impressos;
- Economizar água e luz;
- Incentivar a reciclagem por meio do descarte adequado e também no uso de materiais recicláveis;
- Criação de projetos e políticas de inclusão no ambiente empresarial;
- Respeitar as leis trabalhistas;
- Criar projetos sociais;
- Agir com ética e transparência.
Em ações individuais
Todos podem fazer parte. Todavia, as ações individuais quando somadas impactam no quadro geral. Entre as ações individuais de sustentabilidade ambiental temos:
- Economizar água e recolher água da chuva para usar na limpeza;
- Reciclagem de lixo;
- Reduzir o uso de plásticos;
- Usar meios de transporte menos poluentes;
- Preferência por produtos biodegradáveis;
- Redução do consumo fast fashion, priorizando a economia consciente;
- Redução do consumo de carne bovina;
- Optar por comprar produtos e serviços de empresas que seguem práticas sustentáveis.
No Brasil
A educação ambiental surgiu no Brasil por volta de 1973 com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema) que possuía ligação com a Presidência da República.
Já em 1988, foi estabelecida pela Constituição Federal (inciso VI do artigo 225) a necessidade de promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
Contudo, nos anos seguintes, o Brasil ganhou mais notoriedade. Prova disso é que sediou duas conferências internacionais sobre sustentabilidade: a Rio-92 e a Rio+20, onde os países participantes, em conjunto, discutiram a importância de um modelo de desenvolvimento sustentável que considerasse a preservação do meio ambiente.
Por outro lado, apesar de tudo isso, o país ainda sofre com muitos problemas ambientais. Entre os quais: queimadas, desmatamento e a poluição da água e do solo.
Na área empresarial, o progresso de companhias seguem práticas sustentáveis. Apesar de uma pesquisa do IBGE de 2020 revelar que a maioria das companhias (59,4%) investem em práticas de sustentabilidade ambiental o fazem já pensando na reputação conquistada. Mesmo assim, é uma notícia a ser celebrada. Ainda sobre esta questão, uma pesquisa da Opinion Box mostrou que 82% dos brasileiros preferem empresas com práticas sustentáveis.
Por fim, há projetos como o do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que criou um incentivo para as empresas que investem no desempenho ambiental, social e de governança, ao reduzir os juros nos financiamentos.
*Foto: Reprodução