Biolarvicida está no mercado brasileiro desde 2018 e ajuda no combate à proliferação da dengue de forma sustentável
Em meio à pandemia do novo coronavírus no Brasil, o país ainda enfrenta muitas mortes decorrentes da dengue. A picada do Aedes aegypti não parece dar trégua e só em 2020, já foram registrados mais de 500 mil casos prováveis e mais de 200 mortes, segundo notícia do portal Ciclo Vivo. Porém, existe um produto capaz de brecar a proliferação da doença. Por meio de um tablete de biolarvicida, o criadouro da dengue pode ser inviabilizado por um período de 60 dias e ainda age para contribuir com intenções de sustentabilidade, sem agredir o nosso ecossistema.
O que é biolarvicida?
Criado pela empresa BR3, do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) da Universidade de São Paulo, o tablete de biolarvicida, chamado de DengueTech, tem o propósito de brecar por pelo menos dois meses os criadouros de dengue.
Esses tabletes em forma de comprimidos são colocados em recipientes que contenham água parada, como vasos de plantas, calhas, flores grandes e cascas de árvores. Sendo assim, um criadouro de dengue fica inviabilizado nestes locais pelo período de 60 dias.
Depois de um tempo, o tablete se dissolve e libera uma série de proteínas e bactérias da espécie Bacillus thuringiensis israelensis, conhecida pela sigla BTI. Esse microrganismo mata as larvas do Aedes que se aproveitam daquele espaço, como explica o engenheiro Rodrigo Perez, da BR3, em uma entrevista à revista Saúde (Ed. Abril):
“Esse agente biológico não agride o ambiente, não permite que o mosquito desenvolva uma resistência à sua ação e ainda é recomendado pela Organização Mundial da Saúde.”
Vantagens
Outra vantagem do biolarvicida é que as pastilhas continuam visíveis, e ter a certeza que aquele criadouro permanece sendo uma armadilha eficaz para o mosquito. Altamente seletivo para atingir a larva do Aedes, o produto não prejudica outros insetos, como abelhas, nem plantas e animais.
Por suas características eficientes e sustentáveis, os biolarvicidas à base de BTI são recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela SUCEN (Superintendência do Controle de Endemias do Estado de São Paulo), complementa Rodrigo Perez, em matéria da Ciclo Vivo:
“O intuito é utilizar o DengueTech para transformar criadouros em armadilhas nos hospitais, unidades básicas de saúde, e também nos quarteirões de seus entornos. Com o engajamento de servidores municipais e da comunidade, a tecnologia permite que essa ação seja feita rapidamente, reduzindo muito rapidamente a população de mosquito nas áreas mais críticas, protegendo pacientes e equipes de saúde.”
DengueTech
Com a aceleração da transmissão da dengue em meio à pandemia da Covid-19, a empresa BR3 pretende doar 500 mil tabletes do biolarvicida DengueTech para 500 cidades que estejam enfrentando uma epidemia decorrente do Aedes aegypti.
Para receber as doações, as secretarias de Saúde, cujos municípios se encontram em epidemia deverão entrar em contato com a BR3 pelo e-mail: [email protected]. Os representantes das cidades devem se comprometer a fazer o trabalho em até 10 dias após a chegada do DengueTech.
Os locais selecionados receberão, em média, mil tabletes do produto para serem colocados nos entornos de hospitais e postos de saúde, a fim de melhorar a proteção dos equipamentos de saúde e suas vizinhanças. O objetivo é evitar a ocorrência simultânea da dengue e do novo coronavírus.
A BR3 desenvolveu o biolarvicida também em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Este é o primeiro larvicida biológico e sustentável do Brasil.
Fontes: Revista Saúde e portal Ciclo Vivo
*Foto: Divulgação