A afirmação é do consultor Ivan Wedekin
Atualmente, a taxa de crédito para a agropecuária comercial em relação à próxima safra é considerada correta. O motivo é que o setor já não vem se aproveitando governo para pagar menos juros.
Nas últimas colheitas a alíquota de juros não subsidiada já está acima da Selic. Com isso, o Tesouro está tendo menos custos com equalização.
Os gastos maiores que o governo tem hoje com a agricultura dizem respeito aos empréstimos feitos por produtores em safras passadas. Os recursos foram destinados à compra de colheitadeiras e tratores.
Comparações
As análises realizadas por Ivan Wedekin, da empresa Wedekin Consultores traçam um comparativo das tarifas de juros das colheitas mais recentes. Ele verificou que na safra de 2015/16 os juros de custeio dos grandes produtores foram de 8,8%, atingindo 5,4 pontos percentuais a menos que a Selic.
Já no período de 2018/19, o valor de juros dessa classe de produtores ultrapassou em 1 ponto percentual a taxa da Selic.
No entanto para a próxima safra, os especialistas preveem que os agricultores voltarão a saldar juros acima dos pagos pela Selic. Pode ser que esta superação seja de 2 pontos percentuais sob a tarifa básica de juros praticada pelo mercado.
Volume de crédito
O montante de crédito destinado à próxima colheita é o mesmo que o atual, ou seja, de R$ 221,1 bilhões. Sendo que R$ 159 bilhões do total foram emprestados entre julho de 2018 e maio deste ano.
Segundo Wedekin, o governo deve fechar o ano/safra tendo depositado R$ 175 bilhões no mercado agropecuário. Desse montante, 80% foi usufruído pelo setor.
Orçamento para próxima safra
Para o consultor, será um desafio na próxima safra manter o orçamento de R$ 1 bilhão destinado ao seguro rural.
Ainda tem a questão do valor de R$ 1,85 bilhão para a política de preços mínimos, que poderá ultrapassar a demanda. Isso pode ocorrer já que tem o agravante de 2017, quando o governo consumiu R$ 911 milhões com o programa de preços mínimos. Já no ano seguinte, o valor recuou para R$ 47 milhões.
De acordo com o consultor, produtor deve pagar uma tarifa de juros maior, além de lidar com os preços nada convidativos das commodities, especialmente os do café. No entanto, em sua opinião, a taxa do câmbio poderá auxiliar onde houver perdas.
Exportações
No primeiro quadrimestre deste ano, as exportações dos produtos relacionados ao agronegócio do Brasil aumentaram 8% em volume em comparação ao mesmo período de 2018.
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