Após superar a Índia em 2019 e se tornar o segundo maior exportador de algodão em pluma do mundo, o Brasil pode virar líder global nos embarques do produto. A afirmação é da Associação nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e que isso ocorra dentro de um período de cinco anos, segundo destaca o diretor da entidade, e que também é um importante exportador da pluma nacional, Miguel Faus:
“É importante frisar que a produtividade nas fazendas do produtor brasileiro é praticamente o dobro de produtividade do americano, que é nosso principal concorrente neste mercado.”
EUA de olho em nosso algodão
Os Estados Unidos estão de olho em nosso país neste quesito, já que o Brasil está conquistando um espaço importante nos mercados internacionais e começa a ser reconhecido, de acordo com o dirigente:
“Nós temos uma vantagem que é a janela do segundo semestre. De agosto a novembro, as fiações na Ásia só têm o algodão brasileiro disponível, então esse é um espaço muito importante.”
Com isso, fica justificado a pressão interna em aumentar as vendas ao maior volume possível de algodão ainda dentro dos primeiros seis meses deste ano. No entanto, com a elevação da safra, o primeiro semestre também está se transformando em um período muito ativo para o setor. Porém, os melhores preços permanecem sendo pagos no segundo semestre.
Safra de algodão 2019/2020
A produção da safra 2019/2020 registra um recorde de 2,9 milhões de toneladas, ultrapassando o recente recorde do ciclo anterior. Atualmente, o algodão brasileiro é o quarto maior produtor do mundo. o principal obstáculo do país, que foi sempre a logística, vem melhorando nos últimos anos, segundo a categoria. Com isso, o país tem avançado no sentido de transportar o produto de estados como Mato Grosso e Bahia até os portos brasileiros.
O avanço e a evolução da cotonicultura devem seguir com força. Segundo a Faus, ainda tem espaço para a produção de algodão se desenvolver ainda mais no país:
“O BR tem muito espaço porque você tem dois fatores importantes: a produtividade que tem aumentado muito, e a área. O produtor de algodão é produtor também de soja que começou a plantar algodão num primeiro momento para fazer rodízio e precisou a fazer uma séria de investimentos pesados que vieram para ficar.”
Abrapa
A meta da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) é atingir uma exportação de 3 milhões de toneladas em 2030, e possuir uma safra perto dos 4 milhões de toneladas.
Atualmente, a Bolsa Brasileira de Mercadorias, através de suas corretoras, é responsável por negociar mais de 60% da produção nacional em pluma.
Já em relação aos preços, que sofreram queda em Nova York, em decorrência da guerra comercial entre China e EUA, que durou 18 meses, agora é o momento de recuperação, principalmente, depois da assinatura da primeira etapa do acordo firmado entre as duas maiores economias do mundo. No entanto, com a disseminação do coronavírus em diversos países, é preciso que o mercado tenha cautela.
Fonte: Revista Rural
*Foto: Divulgação / Abapa