Combustível de aviação sustentável foi discutida pela Abear na semana passada por meio de dois programas
Na semana passada, a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) abriu as discussões de dois programas que abordam assuntos que envolvem o combustível de aviação sustentável. Tais iniacitvas são da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, do Ministério de Minas e Energia (MME).
São elas: o “Abastece Brasil”, com ênfase no desenvolvimento do mercado de combustíveis e a livre concorrência no setor; e o “Combustível do Futuro”, para fomentar o uso de combustível sustentável e de baixa intensidade de emissão de carbono.
Vale lembrar que na aviação os biocombustíveis high tech estão em alta, e envolve tanto a produção de Diesel Verde (HVO) como do querosene de aviação renovável (SPK).
Combustível de aviação sustentável
Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, falou sobre o uso do querosene de aviação que é um dos mais caros do mundo. Portanto, ainda há gargalos históricos que incluem ainda a política de precificação, tributação do ICMS e PIS/COFINS e o impacto do dólar.
“Nós queremos construir um novo cenário do querosene de aviação (QAV) no Brasil. Sabemos que se enfrentarmos este debate, poderemos saltar dos 100 milhões de passageiros que transportamos em 2019, para 200 milhões em 2030.”
Ele ainda acrescentou:
“Somos amplamente favoráveis ao fomento de uma política pública de bioquerosene. Existem alternativas e projetos bastante desenvolvidos, mas há ainda espaço para mais debate. À medida que isso avance, é possível criar no país uma nova matriz energética. O Brasil tem espaço, tecnologia, história e estrutura para ser talvez um dos países inovadores e protagonistas de um novo modelo de combustível para aviação.”
Ministério das Minas e Energia
Além do presidente da Abear, também participaram da videoconferência o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, José Mauro Coelho, a diretora do Departamento de Combustíveis Derivados do Petróleo e coordenadora do Abastece Brasil, Maria Maia de Barros, e o diretor do Departamento de Biocombustíveis e coordenador do Combustível do Futuro, Pietro Mendes.
Por outro lado, Coelho enfatizou a importância de discutir mais detalhes em torno do combustível de aviação sustentável.
“O tema é muito importante e sabemos o quanto a aviação foi impactada pela pandemia. Temos conhecimento também que o setor foi o mais abalado na demanda de combustível neste período. Precisamos discutir com mais detalhes a precificação do querosene de aviação no Brasil. Sabemos que há uma forte concentração de mercado na distribuição, sem concorrência. Estamos totalmente à disposição para trabalharmos este tema em conjunto.”
O secretário concluiu:
“Quanto ao bioquerosene, é um tema que se liga a outros temas importantes para o Brasil, como o diesel verde, que queremos inserir na matriz energética nacional.”
*Foto: Divulgação