A área agroindustrial tem se mostrado favorável à utilização de biocombustível em suas atividades. A redução da emissão de gases de efeito estufa faz com que a sustentabilidade floresça mais ao agronegócio.
Além disso, o uso de biogás pode ser uma opção para que a balança comercial seja equilibrada. O assunto vem sendo discutido em outras frentes, como em feiras agrícolas.
WORKSHOPS DE BIOCOMBUSTÍVEIS
No fim de abril, Piracicaba sediou o workshop: “Desafios para o desenvolvimento de capacitação e aplicação da tecnologia para o uso de biocombustíveis nas atividades de produção no agronegócio brasileiro”.
O evento teve como parceiros: Parque Tecnológico de Piracaba, Arranjo Produtivo Local do Álcool (APLA), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Istituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e Instituto Brasileiro de Bionergia e Agronegócios (IBBA).
O encontro reuniu agências institucionais, órgãos públicos e setor privado. O debate girou em torno de estratégias que viabilizem o aproveitamento de combustíveis sustentáveis na realização de atividades agrícolas.
Um dos coordenadores do evento, o professor Antonio Batista Filho, relatou que a demanda por biocombustíveis é grande no Brasil. Porém a balança comercial é negativa ainda neste setor o que motiva o país importar esse tipo de combustível na intenção de manter a frota nacional em funcionamento.
Segundo Batista, que integra o Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Esalq, a utilização de biogás pode equilibrar a economia da atividade agroindustrial.
“Para isso, é necessário maior desenvolvimento dessa tecnologia. A Esalq pode contribuir a partir do desenvolvimento de projetos de pesquisa e de desenvolvimento industrial avaliando equipamentos nas atividades do agronegócio e fazendo interligação com o governo e com outros elos da cadeia produtiva”, conclui.
João Roberto Spotti Lopes, vice-diretor da Esalq, ressaltou que a produção de biogás pode trazer benefícios ao setor. Todavia, empecilhos terão que ser ultrapassados com o auxílio das autoridades competentes. Lopes afirmou ainda que a Esalq pode contribuir à causa com estudos ligados a subprodutos. Além do aproveitamento de biocombustível e sua otimização.
Em depoimento durante o workshop, Sérgio Inácio Ferreira, chefe do laboratório de engenharia térmica do IPT, ressaltou que é preciso contar com a participação das empresas de caminhões e produtos agrícolas no desenvolvimento dessa tecnologia.
TEMAS ABORDADOS PELO WORKSHOP
Entre os assuntos discutidos durante o evento, estavam:
- Impactos ambientais, econômicos e sociais;
- Externalidades da utilização de biogás no agronegócio brasileiro;
- A experiência de agroindústrias na condução do projeto de produção comercial de biogás;
- Uso do biocombustível em frotas de caminhões;
- Tecnologia de produção e purificação, liquefação e abastecimento de biometano;
- Qual a posição do governo em relação ao desenvolvimento e aprimoramento de sistemas para que a balança comercial seja beneficiada;
- Diminuição das emissões de gases de efeito estufa.
- *Foto: Divulgação