Apesar do crescimento constante, o mercado de etanol de milho ainda é considerado novo em termos de mercado.
Segundo informações da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), será produzido nesta safra 1,4 bilhão de etanol de milho. O índice é calculado em cima de 30,3 bilhões de litros da maneira tradicional. Este número nunca havia sido alcançado antes no Brasil.
Mesmo que ainda apresente um baixo percentual em relação ao total produzido (4,62%), a extração do etanol de milho tem sido bem recebida pelo setor. Além disso, este tipo de combustível é enxergado também como mais uma alternativa de escoamento da produção nacional.
Próximos anos
Há uma probabilidade de que a produção brasileira de etanol de milho atinja 20 bilhões de litros por ano. Isso até o fim da próxima década.
Neste panorama, o estado do Mato Grosso se sobressai aos demais em termos de produção. O fato está atrelado à grande concentração do combustível que é extraído nesta região. Além disso, o lugar também tem ampliado sua capacidade em decorrência do volume de sua oferta de grãos. Ele também está aliado a um baixo consumo local. Com isso, o valor do grão mato-grossense se torna menor do que em outros estados. Em suma, a adição de etanol e milho acaba agregando valor ao mercado.
Outros estados do Centro-Oeste seguem os passos do Mato Grosso. No entanto, nem todas as demais regiões do país conseguirão se beneficiar deste tipo de produção. O motivo seria que produzir etanol de milho ainda não seja considerado um forte competidor em todas as situações em que possa se enquadrar.
Competitividade do produto
Todavia, para que o etanol de milho conquiste cada vez mais espaço no setor, ele precisa ser mais competitivo em termos de preço para o mercado. Portanto, em locais onde há maior oferta e preços baixos do grão, a produção de etanol se torna um fator agregador para o valor final do milho.
DDG – Dried Distillers Grains ou Grãos Secos de Destilaria
Outro motivo que gera atratividade ao mercado é a negociação do DDG (Dried distillers grains – em português: grãos secos de destilaria). O resultado da extração de etanol de milho também depende da produção de DDG. Este insumo pode ser utilizado como uma alternativa na hora de suprir fontes de proteína de origem animal. No entanto, o DDG não pode ser considerado como derivado do etanol. Ao contrário, ele seria uma espécie de coproduto, ou sela, sem o uso dele o milho poderia não ser competitivo em comparação à cana. Além disso, um crescimento de mercado que use o DDG pode ser bastante atrativo ao produtor.
Produção em qualquer mês do ano
Outro benefício do etanol de milho é que sua extração pode ocorrer em qualquer período do ano ou durante todos os meses. Isso acontece em decorrência da forma de armazenamento de seus grãos. O mesmo efeito já não é conseguido com a cana.
As regiões que possuem grandes espaços com plantação de milho e cana e que têm amplo distanciamento para o transporte do produto e que alie tudo isso ao mercado de DDG, são fortes candidatos a implantarem tecnologias flex. Ou seja, que conseguem instalar usinas capazes de destilar o etanol a partir do milho, enquanto ocorre a entressafra de cana-de-açúcar.
Investimentos
Contudo, do ponto de vista estratégico, para analisar vale a pena a injeção de capital em produção de etanol de milho em uma determinada região, é necessário tenha uma oferta excessiva do grão. Além disso, é de extrema importância saber seu valor e sua etapa de escoamento do coproduto (DDG) originado durante a produção.
Fonte: Revista Rural
*Foto: Divulgação