Após divulgação de investimento de R$ 1,8 bilhão, Mato Grosso deve erguer mais duas usinas de etanol 100% de milho. A conclusão das construções ficaria para 2020.
A boa nova traz alegria aos produtores do cereal. Segundo o Imea (Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária), é esperado colher 28 milhões de toneladas na safra de 2019.
A join venture entre a companhia americana Summit Agricultural Groupe e a brasileira Tapajós Participações, gerou a empresa FS Bionergia, que já produziu 530 milhões de litros de etanol de milho só no município de Lucas do Rio Verde. Atualmente, a organização está erguendo outra unidade, na cidade de Sorriso.
Já o município de Nova Mutum pretende produzir 530 milhões de litros por ano com investimento de R$ 1 bilhão. Para isso, a energia gerada virá da combustão de cavacos de eucalipto.
No próximo semestre do ano que vem devem ser anunciadas a construção de mais duas usinas. Ambas também custarão R$ 1 bilhão e serão instaladas nas cidades de Campo Novo do Parecis e Primavera do Leste.
De acordo com o CEO da FS Bionergia, Rafael Abud, o acréscimo da produção de etanol em solo mato-grossense o torna um grande exportador do produto para os outros estados.
O CEO afirma que o biocombustível produzido por eles possui um dos menores índices de emissão de carbono do mundo. Com isso, há a possibilidade de buscar mercados globais que optem por este tipo de combustível mais sustentável.
OUTRAS FUSÕES
Da parceria entre as empresas Inpasa (Paraguai) e O+ Participações (Mato Grosso) foi criada a Ethanol Bionergia. A companhia deve iniciar sua produção no segundo semestre de 2020 com um total de R$ 800 milhões em investimentos. O montante vai viabilizar mais uma planta em Nova Mutum e outra ainda em planejamento.
A fusão das duas empresas tem com meta produzir 800 milhões de litros, segundo o presidente da O+, Ramiro Azambuja. A energia da queima das caldeiras virá do consórcio milho-braquiária da companhia brasileira. Ela também possui 80 mil hectares de área plantada em outros setores do agronegócio, sendo 15 mil de milho.
Além disso, a Ethanol pretende abastecer as regiões Nordeste, que atualmente depende da importação de combustível norte-americana.
Segundo o presidente da UNEM (União Nacional do Etanol de Milho), Ricardo Tomczky, como a logística de transporte de milho é limitada, o valor se eleva e acaba ocorrendo a necessidade de investimentos. Porque em contrapartida há uma demanda em ascensão no Brasil, carente de etanol, principalmente o hidratado, decorrentes do reflexo do real preço de produção de gasolina.
MILHO É MUITO BEM-VINDO
De acordo com o presidente da Aprosa (Associação dos Produtores de Soja e Milho), Antonio Galvam, a procura por mais milho é muito bem-vinda.
Para ele, este aumento seria uma possibilidade de finalmente os produtores de milho lucrarem de fato com sua plantação. Porque geralmente este tipo de grão não gera muita renda ao agricultor.
No total, o Brasil já possui dez plantas que produzem etanol de milho. Cinco delas estão no Mato Grosso, onde duas são 100% milho e três são flex (mesclam milho e cana-de-açúcar). As outras plantas outras operam em Goiás, Paraná e São Paulo.
Para atender com eficiência a grande demanda nos próximos anos, é preciso resolver questões tributárias que geram insegurança jurídica ao setor. Além de proporcionar uma infraestrutura de qualidade ao transporte do combustível para outros estados, finaliza Tomczky.
*Foto: Reprodução / Free Images – Lotus Head