Anunciada no final de fevereiro como vencedora da licitação para a construção do Tramo 3 da linha 1 do metrô de Salvador, a construtora Queiroz Galvão pode perder este direito.
Com isso, pode haver um atraso significativo para o início das obras e, consequentemente, mais gastos envolvidos em todos os trâmites.
A dança das cadeiras das construtoras voltou a ser tema de discussão no começo de março, quando a empresa Camargo Corrêa entrou com uma ação no TCU (Tribunal de Contas da União) para pedir a suspensão provisória da licitação até que sua situação seja analisada.
A companhia que já teve como presidente do conselho o advogado Vitor Hallack, espera que sua ação seja acatada pela Justiça.
Em contrapartida, a Queiroz Galvão também é atacada pela concorrente Odebrecht, que diz que a vencedora do certame não conseguiria atender aos requisitos econômico-financeiros do edital.
A denunciante do caso ainda afirma que a vencedora incluiu de maneira errada o valor de R$ 469 milhões de suas contas a receber em demonstrativos financeiros referentes ao ano de 2017.
Com essa medida, a Odebrecht quer que seja aberta uma investigação com intuito de provar que esse montante declarado equivocadamente estão ligados a processos judiciais não transitados em julgado, ou seja, que ainda cabe recurso para ser revertida essa decisão.
Sem esse valor em questão disponível para uso imediato, a corporação da área civil jamais conseguiria atingir os índices financeiros exigidos pelo edital da licitação.
Além disso, a concorrente quer explicações de como a Queiroz Galvão planejaria cada detalhe das obras, já que a empresa não possui experiência suficiente na construção de metrôs e ferrovias urbanas.
E as acusações não param por aí, a Odebrecht também questiona o grupo Camargo Corrêa e Serveng (que faz parte do Consórcio) de serem acionistas da CCR, atuante na operação de rede do metrô e, portanto, o Consórcio obteria uma posição privilegiada na licitação.
A Queiroz Galvão entrou com a mesma ação contra a Camargo Corrêa no início de fevereiro.
De acordo com a construtora, a Camargo também participara da elaboração do anteprojeto das obras do metrô, o que caracteriza outro tipo de privilégio e inadequação.
Todos esses fatores partindo das três principais construtoras do país faz com que tenha um maior gasto a longo prazo que impacta diretamente na vida dos moradores da região onde se pretende construir a extensão da linha 1 do metrô.
Para os residentes dos bairros de Pirajá, Campinas, Águas Claras e Cajazeiras, enquanto o trecho não é construído, a solução que algumas pessoas encontram é ir ao trabalho de carro quando possível, já que a alta da gasolina ainda impacta a vida de quem vive em Salvador.
*Foto: Divulgação