Líder nacional e mundial no ramo de carnes, empresa JBS começa o desafio de importar milho da Argentina.
O carregamento inicial deve chegar ao Brasil no mês que vem, confirmando dados divulgados anteriormente pela agência Reuters. A corporação também ressalta que poderá fazer novos pedidos de compras dentro de semanas.
O motivo da importação é por perceberem que o cereal argentino está mais competitivo do que o brasileiro, nos estados do Sul. O exemplo da JBS pode despertar o interesse em outras companhias do segmento de produção e processamento de carnes.
Com o crescimento da plantação de milho nacional nos últimos anos, o Brasil desponta como um dos principais exportadores mundiais do cereal.
Porém, para esta colheita, nosso país vizinho, tradicional exportador, deve produzir um volume recorde do produto, estimado em 45 milhões de toneladas.
Se este número realmente se confirmar, os argentinos teriam 29 milhões de toneladas à disposição do mercado externo. E ainda competiria com o milho brasileiro, que tem alcançado a faixa das 30 milhões de toneladas exportadas nos últimos anos.
Ao segurarem o produto e reduzirem sua oferta no mercado físico, os preços praticados no Sul do país acabaram aumentando no último mês, chegando a custar R$ 37 a saca na cidade de Chapecó (SC).
Um dos motivos da elevação do volume de milho diz respeito à logística.
A cada ano, as exportações do cereal mato-grossense só aumentam, e com isso há uma redução na venda do produto nos estados do Sul.
Mato Grosso tornou-se o maior produtor de milho do Brasil ao colocar no mercado externo 17 milhões de toneladas do cereal só no ano passado.
Essa marca foi alcançada graças ao encurtamento de caminho para os portos do Arco Norte. Antigamente, eles tinham que percorrer uma distância maior para atingir os portos do Sudeste e Sul.
Segundo o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), em janeiro deste ano, o estado exportou 2,4 milhões de toneladas de milho e sua saída pelo Norte alcançou 54% do volume negociado.
A julgar pelo período do ano e da origem interna do cereal para o sudoeste de Santa Catarina, as importações da Argentina ficam com preços mais atraentes. Além do câmbio e impostos encarecerem o produto brasileiro.
Mesmo que o preço suba um pouco, ainda é interessante para as empresas do Sul importarem o cereal argentino, afirmando que o milho brasileiro não terá muita margem para subir.
De acordo com informações da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), as importações de janeiro juntaram 59 mil toneladas. Desse volume, 36 mil foram para Santa Catarina.
A importação feita pelo Brasil em janeiro, veio praticamente toda do Paraguai, num total de 58,5 mil toneladas.
*Foto: Reprodução / Free Images – Rene Cerney