Mal da vaca louca foi confirmado no Pará, afirma Ministério da Agricultura, e portanto ficou suspenso preventivamente exportações para o principal comprador
Uma nova suspeita da doença conhecida como “mal da vaca louca” foi confirmada no Pará. E o fato gerou preocupação na indústria de carne bovina brasileira. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) suspendeu, de forma preventiva, as exportações para a China, que é o principal mercado da proteína nacional. Porém, a atitude certeira também provoca um impacto econômico negativo ao setor.
Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) garante que o Brasil segue com “risco insignificante” para a doença após investigação de caso no Pará.
Mal da vaca louca
O Mal da vaca louca, ou encefalopatia espongiforme bovina (EEB), é uma doença que afeta o sistema nervoso de bovinos, provocando mudanças comportamentais, perda de coordenação motora e outros sintomas. A patologia é causada pela proteína anormal príon, que se acumula no cérebro e na medula espinhal dos animais infectados.
Além disso, a doença pode ser transmitida para humanos pelo consumo de carne infectada. Portanto, os locais onde foi confirmada esta condição, foram tomadas medidas rigorosas de controle e prevenção. Vale lembrar que em 2021, pecuaristas brasileiros ficaram impedidos de vender carne bovina por cem dias para os chineses por conta de dois casos atípicos registrados.
Qual é a diferença entre caso típico e atípico de “vaca louca”?
No entanto, uma contraprova no Canadá identificou que o caso mais recente da doença é atípico. Isso significa que a ocorrência é isolada e a carne brasileira está segura. As exportações para a China devem ser retomadas, mas ainda não há previsão para isso.
Os casos típicos são os mais conhecidos e foram responsáveis pelo grande surto que ocorreu na Europa no fim do século 20. A transmissão da doença pode ocorrer pelo consumo de ração contaminada com proteína animal infectada, demorando meses ou anos para se manifestar.
Já os casos atípicos do “mal da vaca louca” são geralmente encontrados em animais mais velhos, com mais de 8 anos, e não se sabe exatamente como são transmitidos. A doença pode surgir em razão das mutações espontâneas do príon. Os sintomas dos casos atípicos são semelhantes aos da EEB clássica, porém, costumam ser menos graves.
E no Brasil?
O Brasil é reconhecido internacionalmente como um país livre da doença da “vaca louca” desde 2012 pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e mantém um protocolo sanitário rigoroso com medidas preventivas e monitoramento dos animais contaminados. A suspeita de EEB costuma ter impacto significativo no agronegócio nacional.
Em 2015, o país assinou com a China um acordo sanitário para casos de EEB. A medida prevê a suspensão das exportações de frigoríficos brasileiros para o gigante asiático, mesmo com a confirmação de um caso atípico isolado, para evitar a disseminação da doença entre os consumidores chineses.
Além disso, o animal que apresenta sintomas é imediatamente isolado e abatido. Amostras dele são coletadas e enviadas para análise em laboratórios credenciados pelo Mapa. Se for confirmada a EEB, o rebanho em que o animal estava é imediatamente sacrificado, e os produtos de origem animal relacionados são descartados.
Mato Grosso
Por fim, num caso recente de “vaca louca” identificado em Mato Grosso, as autoridades agiram rapidamente, isolando o animal infectado e iniciando as investigações para descobrir a origem da doença. O protocolo foi seguido à risca, com o sacrifício do animal e a interdição da propriedade rural onde ele estava.
*Foto: Reprodução/Unsplash (Ryan Song)