Combustível e-fuel consiste na obtenção de uma gasolina sem petróleo, e o diesel também pode ser obtido desta forma
Neste ano, vários países da Europa anunciaram que têm planos de banir motores movidos a combustíveis fósseis em um futuro não tão distante assim. Não é de agora que a questão da migração para o transporte mais limpo é pauta mundial. Isso porque a questão da emissão de poluentes tem acabado com o meio ambiente em todo o mundo.
Montadoras
Portanto, as montadoras e empresas do segmento automotivo compartilham do ponto de vista que o motor e a combustão interna contam com muito combustível para queimar. e ele pode ser um combustível sustentável, ou seja, aquele é produzido a partir de fontes renováveis.
No caso do Brasil, este tipo de combustível seria o etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar. Ele compensa as emissões de CO2 por meio da fotossíntese, que converte o gás gerador do efeito estufa em oxigênio.
Combustível e-fuel
Já os combustíveis sintéticos, que são fabricados principalmente na Alemanha, são outra alternativa sustentável. O produto é desenvolvido sem o uso de petróleo. Neste caso, a matéria-prima utilizada é água junto ao próprio dióxido de carbono disponível na atmosfera.
Conhecido como combustível e-fuel, ele pode ser extraído na forma de gasolina ou de diesel. Além disso, não é necessário alterar o motor atual do veículo que já utiliza uma versão fóssil de combustível. Sobre isso, o mentor de tecnologia da empresa SAE Brasil, Everton Lopes, afirma:
“O combustível sintético já era usado pela Alemanha na época da Segunda Guerra Mundial e desde então as pesquisas têm evoluído. Porém, sua extração ainda é muito cara na comparação com o petróleo, que ainda é muito mais fácil e barato de obter e refinar.”
McLaren, Audi e Bosch
No primeiro semestre deste ano, empresas como Audi e Bosch anunciaram investimentos neste tipo de tecnologia. A McLaren também compartilha desse planejamento para seus automóveis esportivos, de acordo com a publicação britânica Autocar.
Lopes explica que os combustíveis sintéticos possuem a mesma vantagem do etanol, ou seja, a de neutralizar o carbono resultante de sua queima e ainda podem aproveitar a infraestrutura de abastecimento.
Batizado de “e-benzina”, o produto fabricado pela Audi afirma que o líquido emite menos poluentes e possibilita taxas menores de compressão, que resulta em uma performance melhor.
Processo de fabricação
A fabricação do combustível e-fuel consiste em um processo físico-químico chamado de hidrólise. Este por sua vez retira o hidrogênio da água para posterior combinação com o CO2. O gás resultante é usado para produzir cadeias de hidrocarbonetos que vão se transformar em combustível líquido, esclarece Lopes:
“O desafio é a grande quantidade de energia elétrica necessária para separar o hidrogênio presente na água. Essa energia deve preferencialmente ser de origem limpa, como solar, eólica ou de hidrelétricas.”
Gás natural
Além disso, o hidrogênio também pode ser obtido do gás natural. Esta alternativa é a grande aposta da Alemanha, com o intuito de renovar sua matriz energética, mesmo que para consegui-lo tenha desafios pela frente.
Todavia, outro uso do nitrogênio sintetiza o combustível líquido. O método serve às caras e pesadas baterias de veículos a propulsão elétrica. Através das chamadas célula de combustível, que são incorporadas aos veículos. Neste caso, o biogás é utilizado para gerar eletricidade necessária para a propulsão das rodas.
Como exemplo desta técnica, podemos citar os modelos do carro Toyota Mirai, fabricados no Japão, e abastecidos com hidrogênio.
*Foto: Divulgação