Ônibus de SP conseguiram este feito em meio à pandemia de Covid-19, graças a mais espaço entre as vias públicas
Em meio à pandemia de Covid-19, os ônibus de SP conseguiram reduzir em até 50% as emissões de gases poluentes. Isso se deve a vias públicas mais espaçosas e da agilidade no embarque de passageiros. Estes dados foram colhidos graças a uma nova ferramenta lançada ontem (22), no Dia Mundial Sem Carro. Chamada de Monitor de Ônibus SP, do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), a ferramenta mostra que a velocidade média dos ônibus na cidade aumentou durante o isolamento social.
Ônibus de SP conseguem emitir menos gases poluentes
A partir do mês de março, o setor de transportes atingiu o modo mais eficiente de circulação na capital paulista. Isso porque muitas pessoas ficaram em casa e as que precisaram embarcar nos coletivos, tomaram todas as precauções possíveis. Sendo assim, os veículos reduziram 52% das emissões de dióxido de carbono (CO2), em um dia útil médio de abril quando comparado a um dia útil média de fevereiro. O CO2 é um dos causadores do aquecimento global.
Em comparação à emissão de material particulado (MP), composto por fuligem e outras partículas sólidas ou líquidas em suspensão na atmosfera que podem ocasionar problemas cardiorrespiratórios, foi diminuída em 51%. Já em relação aos óxidos de nitrogênio (NOx), poluentes responsáveis por problemas pulmonares, tiveram suas emissões reduzidas em 56%.
Recentemente, quando as pessoas retornaram às ruas, mas sem que os níveis de circulação anteriores tenham se restabelecido, foi observada uma velocidade média de 19 km/h. Sobre isso, Felipe Barcellos e Silva, pesquisador do IEMA, afirmou:
“O material particulado emitido durante o mês de abril, auge do isolamento social em São Paulo, caiu 42% em relação ao total emitido em fevereiro.”
Isso aconteceu devido à redução de frota em circulação, mas também graças ao aumento da velocidade média dos ônibus de SP que continuaram rodando.
Todavia, em uma velocidade maior, os veículos ficam menos tempo no trânsito e, consequentemente, se tornam mais eficientes, pois vão gerar menos emissão de poluentes por quilômetro rodado.
Para cada quilômetro rodado em fevereiro pelos ônibus de SP, eram emitidos mais poluentes e GEE do que para cada quilômetro percorrido durante o isolamento social.
Material particulado
Além disso, as concentrações de material particulado no ar medidos pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), na primeira quinzena de abril na capital, estiveram abaixo das medições comparadas aos três anos anteriores.
Todos estes fatores aliados ao comportamento de outras fontes emissoras do poluente, pode ter colaborado para a breve melhoria da qualidade ambiental na maior cidade do país.
Benefícios do aumento da velocidade
Com o aumento da velocidade, os passageiros chegam mais rápido a seus destinos, as emissões são reduzidas. As tensões entre motoristas e cobradores também são diminuídas. Tudo isso facilita a operação das empresas.
Por fim, os motores dos ônibus de SP operam de modo mais eficiente sob condições livres de circulação. Quando o trânsito para e trava, o veículo desperdiça o combustível queimado.
Sendo assim, quanto maior a velocidade, menor será o custo de operação. E isso é algo fundamental para que se assegure o direito ao transporte.
*Foto: Divulgação/Roberto Parizotti/FotosPublicas