Sistemas de transporte inteligentes foram acelerados durante período de isolamento social, com adoção de tecnologias capazes de racionalizar a oferta
Na última quarta-feira (25), o ITL (Instituto de Transporte e Logística) promoveu o webinar “Como a covid-19 afetou a mobilidade e quais as oportunidades de inovação para o setor transportador”. O encontro teve Eliana Costa, diretora-adjunta do ITL como mediadora do debate. Os outros participantes foram: Guilherme Johnston, gerente de Parcerias Globais na Connected Places Catapult; Rubens Lessa, fundador do Grupo Saritur; e João Rampini, diretor do Programa de Cidades Inteligentes da Embaixada Britânica no Brasil.
Sistemas de transporte inteligentes
Os convidados debateram dentro de suas expertises sobre o setor de transportes. E todos concordaram que a pandemia acelerou tendências em mobilidade. Principalmente com a adoção cada vez maior de tecnologias para racionalizar a oferta de transporte e o fluxo de pessoas, além de elevar a segurança dos usuários do sistema público.
Além disso, todos destacaram também sobre a necessidade de desestimular o transporte individual. Pois isso traz desafios ao tráfego e ao controle da poluição nas grandes cidades. Sobre isso, João Rampini argumentou:
“A covid-19 mudou não só o setor de mobilidade mas também as relações humanas de uma forma geral, incluindo nossa maneira de trabalhar, de estudar, de fazer compras – e tudo isso acaba passando pelo setor de transporte.”
E concluiu sobre o transporte individual:
“Em um primeiro momento, vimos uma redução muito drástica da circulação de pessoas, em função da necessidade de distanciamento social e da possibilidade de home office. Mas, quando começou a retomada econômica, percebemos um aumento do transporte individual.”
Meios coletivos de locomoção
Todavia, Rubens Lessa destacou que os meios coletivos de locomoção já sofriam uma crise antes da pandemia:
“O setor vinha de uma queda de cerca de 25% no número de passageiros. Agora, estamos em torno de -40%, com um agravante muito forte que, em função das medidas preventivas, não foi possível reduzir a oferta ao nível da demanda.”
Portanto, ele acredita que o cenário atual é uma chance de repensar as fontes de custeio do transporte público.
Dados de Londres
Em compensação, Guilherme Johnston falou sobre a experiência de Londres, em que o sistema público de transporte registrou queda de 90% do número de usuários no auge da pandemia:
“Realmente, o choque foi grande, e houve a necessidade de o governo central contribuir financeiramente para manter o sistema funcionando.”
Em contrapartida, houve um incentivo paralelo para que as pessoas utilizassem mais bicicletas ou se deslocassem a pé:
“Isso é importante para evitar uma volta ao uso do transporte individual, o que todos querem evitar.”
Debates online
Por fim, os debates sobre sistemas de transporte inteligentes foram transmitidos pelo canal da CNT (Confederação Nacional do Transporte) no YouTube.
Para quem quiser conferir como foi o encontro virtual webinar “Como a covid-19 afetou a mobilidade e quais as oportunidades de inovação para o setor transportador”, clique aqui.