Projeto terá investimento de R$ 2,4 bilhões e prevê ampliação que poderia dobrar a capacidade de geração de energia
Anunciado em junho, a empresa Casa dos Ventos, que é especializada em criar projetos de energia, investirá R$ 2,4 bilhões destinados à instalação de um parque eólico. O local escolhido para o empreendimento encontra-se no Rio Grande do Norte e será chamado de Rio dos Ventos.
A empresa prevê que o parque deva começar a ser instalado no segundo semestre de 2021. O local terá potência de 450 MW, além de receber da fabricante Vestas cerca de 106 turbinas eólicas. Ainda há a possibilidade do local expandir sua capacidade de produção de energia para até 950 MW.
Geração de energia suficiente
Segundo o empreendimento, quando o parque já estiver em pleno funcionamento será capaz de gerar energia suficiente para abastecer a demanda de 1 milhão de casas.
No entanto, o diretor de projetos da Casa dos Ventos, Lucas Araripe calcula que quase 95% da energia produzida será destinada a grandes consumidores através do mercado livre.
Replicar estratégias
Ainda segundo o diretor, a Casa dos Ventos deseja repetir nos próximos projetos a tática implantada no complexo. Esta estratégia seroa a de acordar uma parcela mínima de energia durante leilões realizados pelo governo. Em seguida, a ideia é buscar contratos no mercado livre.
Araripe também ressalta que:
“Hoje vejo muito pouca probabilidade de viabilizarmos projetos 100% via leilão [de energia, no mercado regulado]. Enxergamos como um primeiro passo, mas os preços não viabilizam retornos (adequados) se você vender todo projeto ao preço do leilão”.
Ele afirma que haverá uma divisão da região em sete grandes lotes já negociados com companhias interessadas. Além disso, a Casa dos Ventos quer deixar claro a estas empresas a probabilidade de poderem investir na usina. Sendo assim, eles se tornariam autoprodutores e isentos de encargos setoriais.
O parque eólico Rio dos Ventos é dividido em várias usinas. Portanto, casualmente, os interessados poderão até estabelecer acordos que incluam uma alternativa de aquisição futura de uma ou mais unidades do complexo.
BNDES e Banco do Nordeste
Cerca de 60% a 70% do empreendimento será captado por meio de dívida. A Casa dos Ventos deve procurar financiamentos por meio do Banco do Nordeste e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a viabilização do projeto. Já o restante do complexo será custeado por meio de recursos próprios.
Vestas
De acordo com o presidente da empresa Vestas, Rogério Zampronha, ela ficará responsável pela manutenção dos equipamentos do parque pelo período de 20 anos, conforme contrato já assinado.
Segundo ele, 70% dos componentes das turbinas serão fabricados no Brasil. Em relação às pás, elas serão produzidas na fábrica do Ceará. Já as torres serão feitas em suas unidades da Bahia ou de Pernambuco.
*Foto: Divulgação