PIB do agronegócio registrou aumento de 16,81% entre os meses de janeiro a outubro de 2020
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 2,78% em outubro passado em relação ao mesmo mês de 2019. Sendo assim, houve uma alta de 16,81% nos primeiros dez meses de 2020 na comparação com igual período do ano anterior. As informações são da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
PIB do agronegócio
Segundo o levantamento, “o PIB do agro cresceu lentamente em abril e em maio do ano passado, em razão dos impactos negativos da pandemia da covid-19 sobre diferentes atividades do setor. Entretanto, de junho em diante, o cenário foi marcado por recuperação e aceleração do crescimento”.
Principal destaque
O estudo aponta que o principal destaque foi o segmento primário (dentro da porteira), com alta mensal de 5,98%, em relação a outubro de 2019. Além disso, houve avanço de 40,08% de janeiro a outubro do ano passado frente ao mesmo período de 2019.
Sobre isso, a CNA e o Cepea explicam que o crescimento diz respeito à alta de preços, puxada pelo aumento de demanda doméstica e externa, e alta do câmbio, safra recorde de grãos e a expansão da produção de suínos, aves, ovos e leite.
No setor agrícola, o impacto econômico para o PIB registrou alta de 3,17% no mês e de 14,55% de janeiro a outubro. Mas o segmento primário foi o que apresentou melhor resultado, com altas de 7,49% em outubro e 51,63% no acumulado anual, refletindo alta dos preços, expectativa de maior produção na safra atual com recorde de grãos e crescimento importante para o café.
Valorização das cotações
Em contrapartida, os resultados justificam também a pela valorização das cotações:
“O PIB desse segmento apresentou quedas sucessivas de 2017 a 2019, resultando numa redução acumulada de 20% nesses 3 anos. Nesse período, de 2017 a 2019, a queda na renda ocorreu mesmo com a produção agrícola tendo crescido quase 20%, refletindo um movimento desfavorável de preços.”
Grãos
Todavia, o estudo explica ainda quem, no caso de alguns grãos, a utilização de modalidades de comercialização que envolve venda antecipada tem sido intenso.
“Por isso, a maior parte dos produtores não se beneficiou com a forte alta dos preços ao longo de 2020.”
Isso sem contar que os gastos com produção também revelaram uma alta significativa.
PIB pecuário
O PIB pecuário cresceu 1,98% em outubro, acumulando alta de 21,95%, de janeiro a outubro, com maiores preços das proteínas animais.
No entanto, o forte aumento nos gastos com produção vem afetando de forma negativa as margens dentro da porteira. Ou seja, dificulta os investimentos na produção.
Por fim, os insumos de alimentação também ficaram mais caros. Isso porque os grãos atingiram patamares recordes de preços e, no caso da bovinocultura de corte, houve fortes elevações dos preços do bezerro e do boi magro.
*Foto: Divulgação