Com possível greve dos caminhoneiros, política de preço da Petrobras torna-se um dos assuntos mais comentados dos últimos dias
Recentemente, a Petrobras saiu em defesa da sua política de preços em relação ao diesel. O combustível está no topo de insatisfações dos caminheiros com o governo Jair Bolsonaro. Sendo assim, a estatal listou uma série de justificativas para os eventuais aumentos concedidos ou que possam ser praticados ainda em 2021. Isso acontece em um momento em que os preços de petróleo estão em fase de recuperação.
Política de preço da Petrobras
Ontem (18), a estatal elevou o preço da gasolina. Mas não houve reajuste para o diesel nem para o etanol. Todavia, a alta no mercado internacional do petróleo atinge também o diesel e o Gás Natural Liquefeito (GLP – relembre aqui a série histórica de 2020). Este último já havia sofrido reajuste de 6% na primeira semana de 2021. Resultado: houve um impacto no preço do gás de cozinha.
Respostas aos consumidores
Em um esquema de perguntas e repostas de usuários de diesel, a coluna Fatos e Dados da Petrobras, no site da companhia, informa que o Brasil não possui o diesel mais caro do mundo. Isso porque 121 países praticam preço do diesel mais alto do que a Petrobras, monopolista em refino no Brasil.
“No início de janeiro o preço do diesel na bomba era 27,4% inferior à média mundial.”
48% do valor total nos postos de abastecimento
Portanto, a política de preço da Petrobras em suas refinarias corresponde a 48% do valor total nos postos de abastecimento. E isso quando é acrescido da parte de distribuição e revenda (15%); custo do biodiesel (14%); e impostos (23%).
Quedas
Além disso, a estatal afirma que em 2020 houve queda de 14% no preço do diesel. Sendo assim, o combustível começou o ano em torno de R$ 2.33 o litro nas refinarias e encerrando 2020 em R$ 2,02/l.
A Petrobras disse ainda que é preciso seguir as cotações internacionais do diesel e dos outros combustíveis em razão da limitação das refinarias no Brasil. Elas não conseguem mais atender todo o mercado, o que resulta em uma importação do produto.
“Estas importações representam uma competição importante no mercado brasileiro de combustíveis e ajudam a regular o preço oferecido aos consumidores.”
E explica também:
“O comportamento do preço do diesel não é diferente de outras commodities negociadas no mundo. Quando o preço da carne ou da soja sobe no exterior, pagamos mais por estes itens no supermercado, mesmo que sejam produzidos aqui. É a lógica de um mercado mundial integrado.”
Preço nacional
Por outro lado, a estatal descarta praticar um preço nacional, como recomenda um dos grupos de caminheiros insatisfeito com a política da companhia. A petrolífera justifica que teve problemas financeiros ao realizar essa prática há alguns anos.
“Se reduzíssemos o preço do diesel nas refinarias independentemente das cotações internacionais, estaríamos repetindo erros do passado, que geraram a maior dívida entre empresas no mundo e quase quebraram a Petrobras.”
Essa resposta diz respeito ao motivo de não reduzir o preço das refinarias:
“Nossa contribuição é gerar valor, investindo para produzir mais petróleo, gás natural e combustíveis a custos baixos, sem desviar do foco em segurança e meio ambiente.”
*Foto: Divulgação