Produtores de carne bovina no Brasil enfrentam atualmente um acanhamento nas margens, em virtude da pressão de preços de seu maior cliente, o que significa uma reviravolta sobre a situação do mercado desde novembro de 2019.
Exportadores brasileiros de carne bovina enfrentam um aperto nas margens diante da pressão de preços de seu maior cliente, uma reviravolta em relação à situação de mercado de dois meses atrás.
Carne bovina – situação com a China
Logo após dos altos preços terem esfriado, em relação da demanda chinesa por carne bovina, os importadores do país asiático estão negociando novamente contratos com exportadores brasileiros. Os valores mais recentes ofertados pela China para o produto estão entre 25% e 30% a menos, se comparado ao mês de novembro. Portanto, este percentual não seria capaz de cobrir os gastos de compra de gado, que dispararam nos últimos meses de 2019.
Hoje, em média, os frigoríficos do Brasil estão pagando R$ 190,60 por arroba do boi gordo, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Universidade de São Paulo (USP). Apesar de estar 17% abaixo em relação ao pico de 29 de novembro, o preço teria que cair ainda mais, chegando a R$ 170 para tornar possível o embarque de carne bovina para a China rentável diante das novas regras.
Mercado doméstico
Além disso, o mercado doméstico também está fraco, os valores no atacado do produto em São Paulo despencaram em torno de 20% em relação ao pico de novembro.
Portanto, é uma grande reviravolta em comparação à loucura que foi no fim do ano passado, ocasião em que os mercados globais de carne se ampliaram em meio à batalha da China para compensar a falta de proteínas, gerada pela propagação da peste suína africana.
Atualmente, mais frigoríficos da América do Sul conseguem exportar para a China, o equivale a mais concorrência. Entre setembro e novembro, Pequim habilitou mais 22 frigoríficos brasileiros para exportar carne bovina, sendo que a maioria deles entrou no setor chinês nos últimos meses do ano passado.
Fora isso, outro fator que pode acarretar em uma competição nas exportações para a China é a primeira etapa do acordo comercial entre o país asiático e os Estados Unidos, que pode resultar em uma retomada dos embarques norte-americanos para aquele país.
Em contrapartida, o governo chinês diminuirá as exigências sobre a utilização de hormônios para as importações de carne bovina dos EUA dentro de um mês, o que é um grande empecilho que evitava que a maioria da proteína norte-americana fosse exportada para a China.
Fonte: UOL
*Foto: Divulgação / Assessoria / Governo-RO