Os produtores de algodão da Bahia prezam ainda mais por fatores que envolvem a sustentabilidade no processo de agricultura. Além disso, o encerramento da safra 2019/2020, com início da colheita em fim de junho, garantiu ao estado o certificado promovido pelo Programa Brasileiro Responsável (ABR). O programa que certifica a pluma dentro dos mais rigorosos padrões internacionais registrou um recorde na produção da Bahia. Esta atingiu as 487 mil toneladas provenientes de fazendas aprovadas pelo ABR e também licenciadas pelo protocolo Better Cotton Initiative (BCI).
Produtores de algodão da Bahia
Na região Oeste, considerada o pólo produtor no Estado, as unidades certificadas pelo ABR passaram de 66, a última safra, para 80 na atual. Isso corresponde a uma alta de 21% e um total de 245.219 hectares certificados como algodão sustentável.
Abapa
Segundo informações da Abapa (Associação Baiana dos Produtores de Algodão), os agricultores estão conscientes em relação aos novos padrões de consumo e de produção, estabelecidos pelo mercado global. E isso fortalece um modelo cada vez mais sustentável neste panorama. A associação afirma que há uma nova diretriz não só para a cadeia produtiva do algodão, mas também aplicável a todos os demais setores. E principalmente os ligados aos princípios da dignidade humana, relações justas de trabalho e a interação entre a capacidade produtiva e o meio ambiente.
Embora, a safra 2019/2020 tenha sido pontuada pela diminuição em torno de 5% na área plantada de algodão no estado, a cotonicultura baiana mostrou elevação em sua produtividade. Sobre isso, a coordenadora de sustentabilidade da Abapa, Bárbara Bomfim, explica:
“A safra 2019/2020, foi repleta de situações adversas. Devido a pandemia de Covid -19, houve a necessidade de se alterar a modalidade de auditoria para que não se cancelasse as atividades do projeto, e não prejudicasse aqueles que já estavam com seus compromissos firmados com a pluma certificada.”
Além disso, Júlio Cezar Busato, presidente da associação, complementa que apesar de todos esses novos desafios enfrentados pelos produtores de algodão da Bahia, a adesão ao ABR foi satisfatória. E ainda com o nível de conformidade demonstrado depois do processo de auditoria, altíssimo:
“Obtivemos um crescimento de mais de 2% na área certificada na região Oeste, o que demonstra que o programa tem muito a crescer e contribuir para a propagação das boas práticas relacionadas a sustentabilidade. Mas, principalmente, que nossos agricultores estão comprometidos em produzir cada vez mais, em menores áreas e em conformidade com todos os critérios exigidos pelo programa.”
Boas práticas sociais, ambientais e econômicas
O Programa ABR conta como embasamento o incremento progressivo das boas práticas sociais, ambientais e econômicas, nas unidades produtivas de algodão na Bahia e no restante do país, por meio das entidades vinculadas à Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão).
A Bahia é o segundo maior produtor de algodão do Brasil, e já colheu 50% da área total na safra atual. Sendo assim, conta com previsão de uma produtividade de 300 arrobas de fibra/hectare em uma área total de 313.566 mil hectares. A produção estimada é de 1,5 milhão de toneladas de algodão (fibra e caroço).
Além disso, em torno de 40% do algodão baiano é exportado a países asiáticos, como Indonésia, Bangladesh e Vietnã. Já 60% é vendido para indústrias têxteis no Brasil.
Por fim, o estado baiano colabora com a participação de 25% da safra nacional da pluma, e é considerada a área agrícola com maior produtividade de algodão não irrigado do mundo.
*Foto: Divulgação