A tecnologia chamada de “Vai” pode modificar um carro comum em uma versão inteligente com acesso a informações como falhas mecânicas e consumo de combustível diretamente de seu celular
Startup brasileira Wings nasceu em 2010 da vontade de seu fundador, João Marcelo Barros de empreender. O foco da empresa está no desenvolvimento de um sistema que transforma veículos em versões inteligentes, comandadas via smartphone. Seus acessórios automotivos tem a intenção de trazer inovação ao setor.
Sistema que transforma veículos
Com isso, os produtos da Wings possuem alto nível tecnológico. Os acessórios vão desde centrais multimídias até videogames embutidos nos assentos do carro, além de sistemas de automação para travas e vidros.
O CEO identificou desde o início que seu sistema que transforma veículos poderia ser um negócio capaz de tropicalizar este tipo de tecnologia já existente no exterior. Sendo assim, a empresa poderia oferecer os serviços em território nacional a preços mais em conta.
Acessórios em baixa e inteligência artificial
Ao obter informações de um amigo dono de concessionária, Barros e seu sócio descobriram que o setor automotivo carecia de oferta de acessórios. Foi a partir daí que a dupla resolveu empreender neste nicho do mercado de veículos.
Mas a vontade em crescer foi tomando conta de ambos, até que em 2016 eles deram o próximo passo: trabalhar também com inteligência artificial. Com isso em mente, eles recorreram ao Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR) para ajudá-los a desenvolver o sistema “Vai”.
Objetivo do Vai
O produto visa trazer o Iot (Internet das Coisas) para o mercado automotivo. A tecnologia funciona como um sensor que é ligado à porta de conectividade do veículo. Esse sistema está presente em quase todos os carros lançados após 2010.
O aparelho sensor capta os dados de “saúde” do automóvel, como ritmo de consumo de combustível e condições das peças. Portanto, essas informações são utilizadas para encontrar problemas mecânicos no veículo e pode até antecipar possíveis falhas.
Os usuários do sistema têm acesso a esses dados diretamente em seu celular, que também está conectado à outras funcionalidades, como a área em que o carro pode circular, funções de segurança, em que o cliente é alertado quando alguém tenta arrombar o automóvel, além de limitar a velocidade máxima do mesmo. Esses mecanismos à disposição da pessoa faz com que ela tome decisões de modo mais inteligente, explica Barros.
Negócio promissor
O sistema que transforma veículos em versões mais inteligentes também podem atender as concessionárias, tirando o foco apenas do consumidor final.
Para o CEO da Wings, a tecnologia Vai pode ser uma ferramenta de bastante valia no pós-venda para uma concessionária. Pois, a loja seria capaz de identificar problemas no carro e já poder oferecer uma assistência técnica mais eficiente.
Implementado em março deste ano, o serviço já é usado por quase 40 negócios. No entanto, a startup garante a privacidade do cliente. Sendo assim, as concessionárias não têm acesso às funções de localizador do veículo.
Além disso, o sistema Vai também pode ser utilizado por pequenas e médias empresas para ter controle de suas frotas. A comercialização do sistema é feita por assinatura neste caso, com planos que vão de um até três anos e que podem ser renovados. O valor por mês é de R$ 9,90.
Internet das Coisas
Hoje, Barros enxerga que o segmento de mercado adotado pela Wings está se tornando tendência. Já não existe mais aquela ressalva em contratar este tipo de serviço. Há uma estimativa que a demanda por esta tecnologia só cresça.
De acordo com um estudo feito pelo empreendedor, pode haver uma transformação no modo como as pessoas do setor automotivo negociam. Com isso, a startup também poderá identificar novas tendência desse mercado.
Para Barros, no futuro este setor deve voltar sua atenção aos veículos elétricos e conectados. Em relação isso, quem fabricar carros que possam vir com funções mais autônomas, pode se dar bem. Além disso, o empreendedor também vê a importância de companhias que seguem o modelo de compartilhamento de automóveis.
Fonte: Revista PEGN
*Foto: Divulgação