Transformar usina de cana em flex já exclui capex de operação, e ainda simula três fases de implantação industrial para uso do órgão na entressafra de cana, afirma diretor de operações da Lucas E3
Hoje, das 345 unidades autorizadas a produzir etanol pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), somente cinco unem produção do biocombustível entre as matérias-primas cana-de-açúcar e milho. Este feito é chamado de usinas flex. Porém, o potencial pode ser muito maior.
Transformar usina de cana em flex
Aparício Jorge Bezerra, diretor de operações da Lucas E3, empresa de tecnologia de processos e engenharia presente nos Estados Unidos, Brasil, e países da Europa e Ásia, explica mais sobre transformar usina de cana em flex.
“À capacidade instalada para uma safra [de cana] de seis a sete meses, nós podemos instalar o sistema de processo de grãos e obter coprodutos, como o óleo e a ração animal, além de continuar produzindo etanol o ano inteiro.”
Estudo da Lucas E3
Durante a 21ª Conferência Datagro, ocorrida no final de outubro em São Paulo, o diretor apresentou um estudo da empresa. Segundo a análise, a companhia considerou uma usina com estrutura para processamento de cana, a qual seria adicionada os equipamentos necessários para trabalhar com grãos. Sendo assim, ficariam mantidos os processos já existentes de produção de etanol, açúcar e cogeração.
Bezerra ressalta:
“Temos potencial de utilizar a fermentação, a destilaria e adicionar a bateria de equipamentos que vão desde a recepção dos grãos até o cozimento”, detalha Bezerra.
Adaptações
Por outro lado, é necessário adaptações. O diretor explica que os grãos, como o milho, liberam fibras em seu processamento. E quando essas fibras passam pelo processo já existente para a cana, elas podem provocar entupimentos. Sendo assim, para sanar o problema, é possível colocar uma retenção entre a dorna volante e a destilaria.
Processo em três etapas
Por fim, Bezerra revela que foi feito o modelo de implantação em um processo com três etapas. Ele afirma que a análise realizada pela Lucas E3 simula investimentos em construção de R$ 220 milhões, com capital operacional de R$ 258 milhões. Ou seja, um total de R$ 478 milhões. Já a taxa de juros do financiamento deste projeto seria de 12% com depreciação em 20 anos.
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