Agricultura regenerativa, segundo estudo, Brasil tem grandes empresas aderindo à prática de reduzir a produção de gases de efeito estufa; mercado mundial é de US$ 10 bilhões
A agricultura regenerativa não é uma prática nova. No entanto, como em muitos casos de soluções baseadas na natureza para os negócios, vem ganhando novos contornos na era ESG. Ou seja, em que grandes companhias do agro buscam reduzir suas emissões de carbono, bem como utilizar práticas de produção que preservem recursos naturais.
Agricultura regenerativa
Todavia, além de um grande aliado para a diminuição da produção de gases de efeito estufa, a agricultura regenerativa é também um ramo de negócio em si. Isso porque ela movimenta um mercado mundial de US$ 10 bilhões (R$ 47,7 bilhões) com previsão de crescimento médio anual na casa de 16% até 2033. É o que revela a pesquisa “Regenerative Agriculture Market” (Mercado da Agricultura Regenerativa), produzida pelo escritório de business intelligence Evolve, da Índia.
Líder do segmento
Por outro lado, os Estados Unidos aparecem como líderes deste segmento. Já os países da Ásia apresentam indicativos que colocam a região como a mais promissora para a ampliação desse tipo de agricultura na próxima década, afirma o levantamento.
Contudo, a agricultura regenerativa é um conceito de produção que busca ir além de métodos agrícolas convencionais, empregando técnicas que reconstroem a matéria orgânica do solo, aumentam a infiltração e retenção de água, promovem o sequestro de carbono e promovem ecossistemas naturais.
Grandes corporações
O estudo nota também que grandes corporações do agro mundial estão monitorando oportunidades de parcerias para entrar no nicho e, ao mesmo tempo, conquistar mercados e caminhar rumo à net zero.
Grandes players do agro brasileiro apostam na agricultura regenerativa
As multinacionais brasileiras já começam a colocar em prática planos com este perfil. Recentemente, a americana Bunge anunciou um projeto de incentivo com fornecedores no Cerrado, uma iniciativa que deve contemplar 250 mil hectares de terras brasileiras. A ideia, segundo o vice-presidente de agronegócio para América Latina, Rossano de Angelis Jr., é expandir o modelo de negócio para todos os colaboradores, ampliando mercados e eliminando emissões do escopo 3, que considera a pegada de carbono de prestadores de serviço.
Maior produtora agrícola
A Amaggi, maior produtora agrícola de capital nacional, lançou na última quinta-feira (22) seu programa de apoio à agricultura regenerativa, que incentiva práticas para a proteção e recuperação do solo, a conservação de recursos hídricos e da biodiversidade, e a mitigação dos impactos climáticos não só nas fazendas do grupo, mas em toda a rede de colaboradores que originam grãos e fibras nos biomas Amazônia e Cerrado.
Já a Bayer anunciou em Nova York nesta semana que vai investir neste tipo de agricultura como peça essencial do plano de dobrar sua participação no mercado mundial agrícola, visando a ultrapassar a marca de R$ 500 bilhões com a comercialização de insumos e tecnologia. Hoje, o Brasil é o segundo maior mercado da companhia.
Outras empresas
Além das empresas citadas acima, grandes tradings do agronegócio também já apresentaram iniciativas. A Archer-Daniels Midland (ADM), por exemplo, anunciou uma meta de levar essas práticas a 17 milhões de hectares globalmente, o que deve ajudá-la em sua meta de cortar em 25% suas emissões do escopo 3. Por sua vez, a Cargill se comprometeu com o incentivo a práticas regenerativas em 4 milhões de hectares na América do Norte até 2030. A meta da empresa é cortar as emissões do escopo 3 em 30% no mesmo prazo.
*Foto: Reprodução/Unsplash (Bence Balla-Schottner – unsplash.com/pt-br/fotografias/G8UGLMr76sQ)