As startups de agronegócio estão crescendo no Brasil e, atualmente, já são cerca de 300 empresas nacionais. Tais companhias chegam a investir em torno de R$ 100 milhões por ano, além de poder oferecer ao produtor rural uma gama de serviços.
Porém, há falta de interação em relação às fazendas ainda não estarem totalmente conectadas à base de dados que os dispositivos de muitas startups podem proporcionar. Esses fatores foram identificados por especialistas que realizaram palestras sobre agronegócio, no Fórum de Inovação, na feira Agrishow, em Ribeirão Preto, no mês passado.
DESAFIOS DAS AGRITECHS
As agritechs têm pela frente a chance de oferecer uma tecnologia capaz de solucionar desafios diários nestas regiões do país. E fazer com que o campo se torne uma terra cada vez mais produtiva para alimentar mais pessoas no futuro.
Segundo Guilherme Raucci, executivo de novos negócios da empresa Agrosmart, não há mais áreas suficientes para grandes expansões. Além de a mão de obra ser cada vez mais escassa. Sendo assim, as startups de agronegócios podem ser a solução para uma maior produtividade do setor. Todavia, as informações necessárias ainda não estão totalmente conectadas, apenas 14% das fazendas estão integradas de fato.
INICIATIVAS
O Brasil possui cerca de 90% de propriedades rurais de pequeno porte. Além disso, 67% dos produtores não utilizam tecnologias ligadas à internet para funcionarem. As principais empresas do setor estão cientes disso e numa intenção de sanar esta dificuldade resolveram montar “pools” com outras companhias.
A partir desta tendência, surgiu no mercado o ConectarAgro, constituído por grandes grupos do agronegócio. Por trás deles, estão a CNH Industrial, a Agco e a Jacto juntamente com companhias de tecnologia e telefonia.
De acordo com o especialista em produto na área de agricultura de precisão da New Holland, Marco Aurélio Milan, a ideia do projeto é levar a internet às propriedades rurais de um jeito sem maiores complicações. Além de introduzir um sistema que seja aberto e fácil acesso ao pequeno e grande agricultor.
RESOLUÇÕES FINANCEIRAS
As agritechs também têm de enfrentar as novas demandas do agronegócio nacional. Em relação a esta temática solicitações de inovação tem sido recebidas por profissionais da área. Isso vai de encontro com a intenção do governo federal de drenar cada vez mais recursos às seguradoras e também para o crédito agrícola – a partir da próxima safra, em julho desse ano.
Com a intenção de suprir tecnologia e a parte de finanças ao agricultor foi criada a Inter Chains. A empresa é focada em blockchain, ou seja, uma central de registros de operações monetárias, que sejam capazes de analisar dados, além de funcionar como um documento digital de negócios do setor e até ser capaz de rastrear informações de uma propriedade.
As dificuldades encontradas no agronegócio foram importantes para a fundação da startup Alluagro. A agritech é especializada em fornecer serviços compartilhados de maquinário aos produtores rurais. A prática é similar a já utilizada por aplicativos de transportes em grandes centros urbanos. Segundo Marco Aurélio Chaves, um dos sócios da companhia, é poder levar o trator ou outra máquina mais próximo à fazenda por meio de um prestador deste tipo de serviço.
*Foto: Reprodução / Embrapa – Lilian Alves