A sustentabilidade entra cada vez mais no setor de agropecuária. Prova disso é o acordo firmado entre Brasil e Alemanha para estimular o desenvolvimento sustentável. O contrato prevê aporte no valor de 81,9 milhões de euros do governo alemão, sendo 40,4 milhões para projetos associados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O acordo se deu entre os representantes dos dois países em um encontro promovido no fim de novembro, no Ministério Alemão para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ), na cidade de Bonn. O evento realizou ainda negociações intergovernamentais sobre projetos de cooperação para o desenvolvimento sustentável.
Agropecuária sustentável – aporte
O aporte será destinado a iniciativas nas áreas de: bioeconomia (14 milhões de euros), proteção florestal, recuperação ambiental e reflorestamentos em pequenas propriedades rurais na Mata Atlântica (13,1 milhões), inovação nas cadeias produtivas da agropecuária na Amazônia (7,5 milhões) e implantação do Cadastro Ambiental Rural (5,8 milhões).
Acordo
Para firmar o acordo, os alemães receberam a delegação brasileira, sob o comando do embaixador e diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Ruy Pereira, com a participação do secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, do secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Flávio Bettarello, e de representantes dos ministérios do Meio Ambiente, da Justiça e Segurança Pública, da Economia, do Público Federal (MPF), Banco Central e Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Sobre as negociações de cooperação bilateral, que acontecem a cada dois anos, Bettarello afirmou:
“apenas na arrecadação de recursos financeiros e na cooperação técnica que o governo alemão disponibiliza a diversas entidades do Brasil, sempre com anuência do governo federal brasileiro, mas, principalmente, para o alinhamento da visão sobre como os países podem trabalhar juntos”.
Já o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais ressaltou:
“A participação do Mapa, ocorre, principalmente, pelas atribuições que a pasta ganhou, com a vinda de novas secretarias, como a de Agricultura Familiar e Cooperativismo, e de temas como o da bioeconomia, das cadeias de valor e de inovação. O papel que o Mapa tem, como um grande representante da produção no Brasil, seja agrícola, pecuária, florestal ou extrativista, o torna um ator fundamental nesse processo de negociação”.
Reuniões para o desenvolvimento sustentável
No decorrer das reuniões, os representantes brasileiros destacaram a necessidade de que as ações tenham base na sustentabilidade, como explicou o secretário Fernando Schwanke:
“A participação do Mapa foi extremamente importante, pois trouxemos os conceitos da sustentabilidade que defendemos no âmbito da agricultura no Brasil e no mundo, como a ministra Tereza Cristina tem dito. Não existe agricultura sem ela ser sustentável nas questões ambiental, social e econômica”.
Outro tema que mereceu destaque nas reuniões foi em relação à bioeconomia, que tem ganhado mais espaço nos debates bilaterais, reforça Schwanke:
“Esse é um tema no qual colocamos muita luz desde o começo do ano. Lançamos o programa Bioeconomia Brasil – Sociobiodiversidade, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo, e ele já começa a dar frutos, tanto que conseguimos recursos adicionais de 10 milhões de euros para que essa questão seja trabalhada no Brasil. O resultado das negociações foi muito positivo para o Mapa.”
Brasil-Alemanha
De acordo com informações da Agência Brasileira de Cooperação, já tem mais de 50 anos que os dois governos têm atuado juntos para o desenvolvimento sustentável.
A parceria da Alemanha vigora com importância em relação à fomentação de políticas públicas e iniciativas de cooperação nas áreas de “proteção e uso sustentável das florestas tropicais” e “energias renováveis e eficiência energética”.
Fonte: revista Rural
*Foto: Divulgação