Conhecido como o maior produtor de arroz orgânico da América Latina, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) vende o cereal por R$ 5. O alimento que é de alta qualidade e produzido pelos assentamentos familiares do Rio Grande do Sul pode ser uma alternativa de consumo de mais saudável. Além de ser uma opção depois que a inflação dos produtos de uma cesta básica passar.
Arroz comum a um preço exorbitante
Na semana passada observamos que o valor de um pacote de arroz chegou a custar R$ 40. Isso configurou um resultado de fatores macroeconômicos, como a alta do dólar e a diminuição da produção de países exportadores.
Fundamental da alimentação da maioria das famílias do país, o arroz registrou inflação arrebatadora. Consequentemente, este fator dificulta a vida financeira das pessoas em situação de vulnerabilidade. Eles dependem do auxílio emergencial para sobreviverem a este período de pandemia da Covid-19.
Arroz orgânico e livre de agrotóxicos
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra ocupa uma região do estado gaúcho desde a década de 1980. Sendo assim, eles garantem uma produção de arroz orgânico livre de agrotóxicos. De acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz, o MST se tornou o maior exportador de arroz orgânico da América Latina. O movimento exporta o cereal que gera uma cadeia de sustentabilidade para os seguintes países:
- Estados Unidos;
- Costa Rica;
- Peru;
- Argentina;
- Haiti;
- Jamaica;
- Emirados Árabes;
- Espanha;
- Holanda;
- Itália;
- Portugal;
- Grécia;
- China.
Programa Nacional de Alimentação Escolar
Outro desdobramento da produção familiar tem relação ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Neste caso, o arroz orgânico é direcionado aos colégios públicos de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Portanto, com esta atitude eles garantem as refeições livres de agrotóxicos destes alunos. De acordo com o próprio MST, apenas a capital paulista comprará mais de dois milhões de quilos de arroz da reforma agrária para suas escolas.
Assentamentos
Atualmente, mais de 300 famílias vivem em 15 assentamentos situados nas cidades de: Charqueadas, Capela de Santana, Eldorado do Sul, São Jerônimo, Canguçu, Manoel Viana, Tapes, Arambaré, Nova Santa Rita, Viamão, Capivari do Sul, Guaíba e Santa Margarida do Sul. Além disso, mais de 16 mil toneladas de arroz produzido vão para o mercado interno e externo.
Renda da produção familiar
As produções familiares e orgânicas garantem renda de 15% a mais em relação às famílias de produtores ligados ao agronegócio. Isso acontece porque a produção livre de agrotóxicos promove uma alimentação mais saudável. Além disso, o sucesso deste modelo de negócio comprova que é possível aliar ações sustentáveis e rentabilidade.
Arroz ‘Terra Livre’
O quilo de orgânico ‘Terra Livre’, produzido pelo MST, custa hoje R$ 5,98. Portanto, 5 kg deste cereal vão custar R$ 29,90, ou seja, mais barato que muito arroz cheio de veneno vendido por aí.
O arroz do MST e outros produtos da reforma agrária podem ser encontrados por meio do site Armazém do Campo.
*Foto: Divulgação