Enquanto ocorre a diminuição de populações de insetos em outras partes do mundo, o Brasil tem se dedicado a um estudo mais específico sobre as abelhas nativas. Parte desta viabilização das análises tem acontecido graças a iniciativas privadas e ONGs.
Para ajudar neste conhecimento, ferramentas digitais surgiram nos últimos tempos. Por meio delas o caminho para ter acesso a informações sobre abelhas e polinizadores foi encurtado.
InfoA.B.E.L.H.A.
Em maio deste ano foi lançado pela Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.) a plataforma InfoA.B.E.L.H.A.. Esta ferramenta integra dois sistemas de busca criados pela associação. O primeiro chama Sistema de Informação Científica sobre Abelhas Neotropicais. Lançado em 2016, o material reúne informações sobre suas espécies, tais como: distribuição geográfica, estudos, fotos e registros em coleções. O segundo diz respeito ao Sistema de Informação sobre Interações Abelhas – Plantas no Brasil. Lançado no ano seguinte, este arquivo agrupa dados sobre a interação de mais de 900 espécies de abelhas junto a mais de duas mil espécies de plantas.
Ambos os sistemas carregam os seus nomes. Porém, com a plataforma eles ganharam um “apelido” para simplificar sua identificação. Portanto, agora eles são chamados: Info A.B.E.L.H.A. – Neotropicais e Info A.B.E.L.H.A. – Abelhas-Plantas.
Objetivo da nova marca
A ideia da junção dos sistemas, resultando nesta plataforma tem por objetivo estimular e popularizar o seu acesso não somente a um determinado público.
Em uma entrevista à revista Rural, a diretora executiva do A.B.E.L.H.A. disse:
“A ferramenta já é bem conhecida e utilizada no meio acadêmico e governamental. Mas queremos que seja útil para todos os interessados no tema, como ambientalistas, professores e alunos do ensino médio e, principalmente, agricultores e criadores de abelhas”.
Ela ainda ressalta que o projeto é importante para ajudar a manter a continuação das abelhas nativas do país. E conclui:
“Em um momento de crescimento da meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão), é importante que os criadores trabalhem apenas com espécies nativas da sua região, para evitar possíveis desequilíbrios ecológicos. Esse cuidado é possível graças à indicação de distribuição geográfica oferecida pela plataforma”.
Uso da ferramenta digital
Os agricultores também podem utilizar esta tecnologia para identificar quais as espécies de abelhas e plantas nativas incidem nas regiões de seus cultivos. Além de serem úteis para auxílio das precauções na aplicação de defensivos e na recuperação de áreas florestais.
A plataforma incorpora, estabelece e compartilha informações sobre taxonomia e casos de espécies nativas do Brasil.
Como pesquisar
O usuário que pesquisar uma abelha pelo nome popular ou científico terá acesso a um vasto material. Este conteúdo inclui: estudos estes, imagens, fatos geográficos e um documento que reúne todos os registros da espécie em questão presentes em coleções brasileiras e do mundo.
Os sistemas digitais em conjunto com o Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA).
*Foto: Divulgação / Unesp