Em 2018, o Brasil exportou para os países vizinhos 42% das receitas de sua safra
Comumente rechaçados pelo governo, Venezuela e Cuba chegaram para amenizar o impacto pelo baixo índice de lucro da lavoura de arroz do Rio Grande do Sul.
Com a ajuda deles, as exportações do início de 2019 já começaram satisfatórias. Só no mês passado, Cuba rendeu aos brasileiros 34% da receita externa e a Venezuela, 27%.
Mesmo com toda esta ação vinda de outros países, o preço do arroz ainda não apresenta melhora e o custo de produção só aumenta, o que gera uma perda espaço para o plantio de soja, e também safras menores e agricultores mais endividados.
Além disso, o clima não favorece, seja por conta das chuvas intensas que provocam enchentes ou pelo excesso de calor.
Só no ano passado, a Venezuela foi responsável pelo maior volume adquirido da exportação brasileira, com 41%, principalmente em relação ao cereal no modo casca, atingindo 74% da produção.
Desde 2017 que os venezuelanos não gastavam tanto importando produtos daqui, de US$ 239 milhões saltou para US$ 430 milhões com a safra de arroz.
Mesmo sendo um país quebrado, economicamente falando, a Venezuela consegue comprar o cereal brasileiro graças a triangulação chinesa que repassa o produto a eles e também à Cuba em troca do seu petróleo.
Fica bom para ambos, além de os produtores nacionais conseguirem desovar boa parte da produção de arroz.
O Paraguai foi o maior fornecedor para o Brasil ano passado, com 440 mil toneladas do produto do país vizinho, no valor de US$ 137 milhões.
Esta questão interfere na oferta. Para 2019, a produção brasileira deve gerar cerca de mais de 10 milhões de toneladas do cereal, com consumo na faixa dos 12 milhões.
Valor em queda
Segundo dados do Ministério da Agricultura, corrigidos de acordo com a inflação, em 2019, o valor da produção do arroz será de R$ 9,7 bilhões, o menor índice dos últimos 22 anos.
*Foto: Reprodução / Free Images – Carsten Mueller