Energia eólica direto do mar deve acelerar o andamento de projetos de geração que já somam mais de 40 mil megawatts de energia
Por meio da publicação de um decreto que regulamenta a instação de parques eólicos no litoral brasileiro, projetos de geração que já somam mais de 40 mil megawatts de energia e que estão em análise ambiental pelo Ibama devem ser acelerados.
Energia eólica direto do mar
Além disso, esse volume de energia eólica direto do mar corresponde ao potencial total de praticamente quatro hidrelétricas de Belo Monte, que é a maior usina nacional.
Por meio do Decreto nº 10.946, publicado na quarta-feira (25) em edição extra do Diário Oficial da União, pelo Ministério de Minas e Energia, foram definidas regras para exploração energética dos ventos marítimos. Tal prática já explorada em vários países da Europa. Mas que ainda aguardava definições de regras no Brasil.
O texto prevê ainda o aproveitamento em águas interiores de domínio da União, no mar territorial, na zona econômica exclusiva e na plataforma continental, para geração de energia elétrica dos chamados “empreendimentos offshore”, ou seja, no mar.
De acordo com análise no Ibama, os projetos atuais somam 3.486 cataventos que seriam instalados no mar brasileiro.
Os parques eólicos seriam erguidos nos estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. E cada empreendimento possui uma distância diferente em relação à costa, variando de 1 a 20 quilômetros.
Até o momento, são 23 parques requeridos. Em alguns projetos, como o do Rio Grande do Sul, a pretensão é erguer 482 torres em uma única região, segundo dados do Ibama.
Países como Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França e Portugal são conhecidos por adotarem esse tipo de empreendimento.
Nota da Abeeólica
Em nota, a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) comemorou a medida. E a presidente da associação, Elbia Gannoum, afirmou.
“Estou certa de que este momento será um ponto histórico quando analisarmos o desenvolvimento da eólica offshore no Brasil, um decreto que ficará marcado como um passo fundamental para o setor.”
Ela ainda complementou:
“Não tenho dúvida que, daqui a alguns anos, celebraremos nossos primeiros GWs (gigawatts) de eólicas no mar e o Brasil, que já tem um dos melhores ventos do mundo para eólica onshore, passará também a ser conhecido pelo sucesso de suas eólicas offshore, tecnologia que é tida como essencial na luta para conter os efeitos do aquecimento global.”
Regras para geração de energia eólica direto do mar
Em relação às regras, o setor entende que ficam definidos os critérios técnicos. Com isso, as obrigatoriedades de estudos e como os órgãos que responderão pelos empreendimentos poderão analisar, aprovar e formalizar o avanço de vada fase dos projetos, que possuem complexidade maior do que os de eólicas instaladas em terra.
As torres de geração de energia são instaladas a centenas de metros ou alguns quilômetros das praias, com equipamentos maiores, pás e torres específicas e uma rede de distribuição própria.
Em 2020, o Brasil foi o terceiro país do mundo que mais ampliou sua capacidade de geração, com 2.297 megawatts adicionados, ficando só atrás da China e dos Estados Unidos. Além disso, o setor recebeu quase US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 21 bilhões) em investimentos em 2020. Considerado o período de 2010 a 2020, foram US$ 37,3 bilhões injetados nos parques eólicos.
Geração terrestre
Por outro lado, em terra, o crescimento da geração eólica já está contratado. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já homologou a construção de mais 163 parques eólicos no país. Serão injetados mais 5.445 megawatts de potência ao parque nacional, sem considerar os projetos marítimos.
Vale ressaltar que o Brasil, em 2013 ocupava a 13ª posição no ranking mundial de geração eólica. Mas em compensação, em 2020, ficou em sétimo lugar como o país que mais consome energia produzida pela força dos ventos, só atrás de China, Estados Unidos, Alemanha, Índia, Espanha e França.
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