Publicado em Roma no mês de maio pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), dá ao Brasil o título de segundo maior exportador de milho do mundo.
A classificação teve como fator determinante sua ligeira ascensão na produção do cereal. 10 anos atrás, o país concentrava somente 1% do mercado global. Hoje, o cenário é bem diferente, sendo responsável pelas vendas de 25% do total mundial.
O relatório também mostra que o milho está entre as primeiras opções de ofertas e buscadas pela FAO para o período de 2019/2020. As outras avaliações de produtos são, em ordem de rankeamento: trigo, milho, arroz, peixe, carnes, laticínios, açúcar, além de diversos tipos de óleos vegetais.
Porém, ainda de acordo com o estudo, as importações mundiais de alimentos devem sofrer um recuo de 2,5% para esse ano. O resultado disso será uma redução de importação desses produtos em relação ao valor global. Todavia, para os países mais pobres e vulneráveis, essa realidade na queda dos preços pode ser benéfica a eles.
Milho como agente na produção de combustível
Muito do crescimento da produção de milho no país deve-se ao fato que o cereal é utilizado na fabricação de etanol. De acordo com informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 1,4 bilhão de litros de etanol serão produzidos a partir do milho para a safra de 2019/2020.
Esses dados estão presentes no 1º levantamento da atual safra de cana-de-açúcar da Conab. Pois, ele ressalta informações do etanol também produzido por meio da cana, além do uso do milho. Mesmo que represente um baixo percentual em relação ao total fabricado (4,62%), o etanol extraído por meio do cereal pode se tornar uma tendência e crescer em termos de mercado. Além disso, o etanol pode ser uma alternativa a mais para o escoamento da produção de milho nacional.
Entre os estados brasileiros que já enxergaram esta possibilidade está o Mato Grosso, que hoje é o maior produtor. Na sequência, aparecem Goiás e Paraná. A ideia é que outras localidades também abram suas usinas de produção de etanol, utilizando o milho em sua fabricação.
Novo nicho de comercialização do cereal
Em depoimento ao UOL, o coordenador-geral de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cid Caldas disse:
“É um novo negócio. O Brasil tem a possibilidade de fazer etanol de milho e de cana. E, no futuro, teremos condições de fazer um etanol que chamamos de segunda geração, que é o etanol de biomassa. Portanto, é um novo mercado que está se abrindo”.
Além disso, ele acredita que mais investimentos para a extração de etanol acontecerão pelos próximos anos. Ele conclui que esses recursos podem chegar a mais de US$ 1,26 bilhão.
*Foto: Reprodução / Free Images – Thomas Westcott