As hortas circulares são capazes de ajudar na alimentação de família de baixa renda no estado mineiro
Desde 2009, um projeto da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), auxilia na alimentação e complementação da renda de famílias de baixa renda do Norte do estado e do Vale do Jequitinhonha, causando um impacto social positivo a essas pessoas.
Construção de hortas circulares
A empresa agropecuária presta ajuda na construção de hortas circulares agroecológicas em associações ou em áreas de agricultura familiar como alternativa aos modos convencionais de produção de alimentos.
A iniciativa de implantar estas hortas no Norte de Minas surgiu com o intuito de alimentar os próprios funcionários da Epamig nos cinco Campos Experimentais da companhia na região. No começo, toda produção era repartida entre os funcionários. Tempos depois, a equipe local passou a usar água captada da chuva para irrigar a horta durante os períodos de estiagem. Com isso, o modelo de horta adotado deu resultado e o projeto foi levado a outras cidades mineiras. Outra entidade que ajuda famílias de Minas é a Emater, com o propósito de gerar renda a produtores locais.
Para Polyanna de Oliveira, pesquisadora da Epamig, o modelo de hortas circulares agroecológicas já existia em outras localidades do Brasil. Porém, ligado ao uso racional da água, o modelo se destacou no Norte de Minas como resposta às necessidades de famílias e pequenos agricultores da região. Ela ainda afirmou:
“As famílias da região que possuem hortas circulares implementadas utilizam a produção para consumo próprio e vendem o excedente. Em um mês uma horta média consegue alimentar facilmente uma família de cinco pessoas.”
Mas afinal de contas por que estas hortas são circulares?
Este modelo funciona como curvas de nível, o que significa que toda água que cai na horta permanece dentro dela. Com isso, é possível diminuir a erosão em locais mais íngrimes e, em lugares planos, com maior aproveitamento da água da irrigação.
Outra vantagem da horta circular é a redução do deslocamento dos trabalhadores, além de, esteticamente falando, são mais bonitas.
Polyanna também diz que o importante não é o tamanho das hortas, e sim sua diversidade. E afirma que em regiões semiáridas, como no Norte de Minas, é possível plantar de tudo, como: hortaliças folhosas, tubérculos, legumes, verduras, grandes culturas e até fruteiras. Já as cercas das hortas são aproveitadas para o plantio de maracujá e de feijão guandu. No centro é reservado para galinheiro, tanque de peixes ou espiral de ervas aromáticas, medicinais ou condimentos, conclui:
“A escolha do que colocar no centro da horta depende da disponibilidade de área, de água e do interesse do produtor. No total já construímos doze hortas em municípios do Norte de Minas, no Vale do Jequitinhonha e também na região Leste do estado. No mínimo 50 famílias já foram diretamente beneficiadas com esse projeto. Indiretamente o número é ainda maior.”
Beneficiados
Os beneficiados indiretos pelas hortas circulares são as escolas, creches e famílias do entorno da Associação Mãos de Fada, em Leme do Prado (MG). A associação recebeu ajuda da Epamig anteriormente e atualmente trabalha com hortas circulares para atender a comunidade.
Sobre isso, Eliane Xavier, presidente da Associação Mãos de Fada comemora:
“Nossa horta circular aqui na Associação veio para ajudar. Uma excelente ideia que supre exatamente a demanda por alimentos na nossa microrregião, e alimentos sem agrotóxicos.”
Fonte: Ciclo Vivo com informações da Epamig
*Foto: Divulgação