Projeto instalado em Entre Rios do Oeste ilumina prédios públicos da cidade
Entre Rios do Oeste, localizado ao extremo oeste do Paraná, inaugurou no fim de julho uma verdadeira minicentral termoelétrica de biogás (MCT). Com o equipamento, agora é possível gerar energia através de dejetos suínos. O que antes era um problema para a cidade, se tornou solução a partir do uso de tecnologia para reciclar resíduos orgânicos.
Com o advento, que possui 480 KW de potência instalada, a conta de energia de 72 unidades consumidoras da prefeitura poderá ser “zerada”.
O projeto envolve três instituições: a Companhia Paranaense de Energia (Copel), o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBogás) e o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), mantido por Itaipu.
Resultados em longo prazo
Em longo prazo, a iniciativa vai causar em uma redução econômica à população da região. Além disso, o projeto resolverá um problema ambiental que ocorria em função da grande quantidade de dejetos gerada pela produção animal da cidade.
Energia através de dejetos suínos
O município possui pouco menos de cinco mil habitantes. No entanto, o volume de resíduos orgânicos produzidos no local equivale a uma cidade de mais de 500 mil habitantes. Contudo, o antes era um problema ambiental foi transformado em solução a partir da geração de energia através de dejetos suínos. Porém, com a implementação da MCT, a economia conseguiu se desenvolver.
A maior quantidade de resíduos orgânicos vem da produção animal de Entre Rios do Oeste, principalmente a de suínos, que soma mais de 150 mil animais.
Tratamento
Com a iniciativa, hoje os dejetos de 18 propriedades rurais são tratados para se transformarem em biogás. Em seguida este tipo de combustível sustentável consegue gerar energia elétrica por meio do projeto desenvolvido pela união da Copel, CIBiogás e do PTI.
Aumentos das iniciativas
Durante a cerimônia de inauguração, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior afirmou que pretende expandir as iniciativas voltadas à produção de biogás e biometano (originário do biogás). Com isso, o Estado pode se transformar no mais sustentável do Brasil.
Já para Rafael José Deitos, diretor técnico do PTI afirma que:
“Esse projeto em Entre Rios do Oeste demonstra a nossa capacidade de produzir pesquisa e desenvolvimento de qualidade na área”.
E ressalta que como parque tecnológico, a missão da instituição é promover o desenvolvimento sustentável da região.
Para Rodrigo Régis de Almeida, presidente do CIBiogás, o projeto pode ir além e não ser útil apenas ao Paraná, e sim para todo o país. E destaca que a iniciativa dos produtores foi fundamental para o sucesso da empreitada e de também serem os maiores produtores de suínos em território nacional.
Pré-sal
Régis ainda chegou comparar a produção de biogás paranaense ao potencial do pré-sal no litoral do país. Pois, no caso da MCT do município, 215 toneladas de dejetos de suínos por dia são transformadas em um ativo econômico.
Histórico do projeto
Em 2012, houve uma chamada pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e com isso foi criado um projeto chamado: “Arranjo técnico e comercial de geração distribuída de energia elétrica a partir do biogás de biomassa residual da suinocultura em propriedades rurais no município”.
O implemento da iniciativa durou 36 meses e teve um investimento total de R$ 17 milhões, vindos da Copel por meio do programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Aneel. Já o PTI foi peça fundamental desde o início ao realizar a análise e adaptação das tecnologias para assim conseguir gerar energia a partir do biogás.
O Parque Tecnológico também foi responsável pela impelmentação da MCT. As análises dos impactos da MCT na rede elétrica e seu monitoramento foram feitos pelo Laboratório de Automação e Simulação de Sistemas Elétricos (Lasse) do PTI. Foram verificados, por exemplo, aspectos como pressão, vazão e temperatura do gás gerado a partir dos dejetos de suínos.
Por fim, o PTI realizou um mapeamento das áreas mais adequadas no Estado para originar energia elétrica. Este estudo servirá de referência para que outras localidades possam adotar o modelo de Entre Rios do Oeste e adaptá-los às suas necessidades.
Fonte: site Cabeza News
*Foto: Divulgação / PTI – Kiko Sierich