O programa lançado no fim de julho pelo governo federal visa facilitar a concorrência no setor e ganhos para as companhias
O Programa do Novo Mercado de Gás do governo federal foi bem recebido pelo setor de indústrias. O objetivo do projeto é baixar o preço do gás natural para que tenha uma retomada da economia nacional.
O programa foi baseado em ideias dos técnicos do ministério de Minas e Energia, supervisionados pelo ministro Bento Albuquerque. Além disso, foi lançado pelo presidente Jair Bolsonaro um Comitê de Monitoramento da Abertura de Gás Natural. Eles implantarão medidas que possibilitem a abertura desse mercado. Com isso, estima-se que tenha uma diminuição em torno de 40% no preço do gás logo nos primeiros dois anos. Também é esperado aportes com intuito de disponibilizar a infraestrutura necessária para o transporte e distribuição do gás.
Novo Mercado de Gás
Todavia, o novo programa deve atrair mais investimentos ao setor industrial, além de impulsionar a concorrência e crescimento da produtividade da categoria, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em declaração ao FolhaPE, Maurício Laranjeira, gestor da Gerência de Relações Industriais da Federação da Indústria de Pernambuco (Fiepe), disse:
“Esse programa é bem interessante para a indústria, que abre o mercado, que é bem monopolizado pela Petrobras, e permite que outras empresas entrem, fazendo com que o preço seja mais interessante para a indústria, e tenha um preço competitivo, a indústria pode ser competitiva para exportação e mercado interno. Isso também interfere na pessoa física, porque compra o gás da Petrobras, que vai ter mais concorrência”.
Ele ainda ressalta que com o projeto novas empresas de Gás Natural de Pernambuco podem integrar o programa. Com isso, mais captações de recursos devem nascer no estado, que já conta com uma distribuição de gás. Além disso, podem surgir novos empreendimentos, que gera mão de obra e outros fatores positivos para esta região. No entanto, o gestor também pontua que possa aparecer um concorrente para a empresa local Copergás.
Mercado aberto
Portanto, com um mercado em que possa haver concorrência, será possível que as companhias reduzam os custos. Pois, as novas indústrias do gás poderão atuar de outra forma. Com isso, empregos podem ser gerados, ressalta a especialista em energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Juliana Falcão. Ela afirma ainda:
“Com a queda do preço esperamos que as indústrias possam aumentar produção, eles aguardam a queda no preço para poder crescer. A partir de um mercado competitivo vemos a redução do preço como uma consequência. A gente tá imaginando que seja algo a médio e longo prazo, é uma quebra de mercado, de um monopólio e o mercado irá dar a resposta”.
Juliana explica que como este novo mercado do gás atinge os dutos, transporte e o processamento desse combustível, abre uma chance para que outras companhias assumam o controle da distribuição.
A especialista ainda diz que este programa está apenas de cara nova para ter uma abertura mais rápida. E conclui que o setor químico do gás pode representar entre 30% e 80% se a indústria estiver utilizando como matéria-prima. É o caso da produção de amônia, por exemplo, e isso tem um gasto. Portanto, é esperado que o projeto do governo atual consiga reduzir o preço do gás para que tenha uma abertura da oferta.
Fonte: portal FolhaPE
*Foto: Divulgação