O projeto Amazônia Legal está cada mais unido em prol do desenvolvimento sustentável da região Norte do país.
A união dos estados integrantes deve ganhar mais voz política perante o governo. Essa força envolve a discussão de regulamentações e impacto econômico, que traga empresas e desenvolvimento à floresta amazônica.
No fim de março, foi criado durante o 17° Fórum de Governadores da Amazônia Legal o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal. O acordo envolve nove estados da Amazônia Legal, composto pela região Norte além dos estados do Mato Grosso e Maranhão.
Antes de ser assinado, o projeto foi debatido por mais de dois anos e deve priorizar sete temas mais urgentes:
- Educação;
- Comunicação;
- Saúde;
- Gestão fiscal e tributária;
- Planejamento estratégico;
- Meio ambiente e desenvolvimento sustentável;
- Segurança pública.
O consócio foi planejado em moldes parecidos ao do Brasil Central (2015) e do Nordeste, instituído no início desse ano. Essa relação dá maior poder político à região, pois um único estado não é capaz de emplacar pautas importantes frente às agendas do Sudeste e de Brasília.
Para o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes Ferreira, os nove estados passam por desafios similares. Mesmo que a Amazônia Legal seja constituída pela maior bacia hidrográfica e possuir uma das florestas com maior diversidade mundial, ela ainda carece de investimentos e infraestrutura. Por esses fatores que é um grande desafio o Brasil voltar a crescer de forma sustentável e desenvolvida à população.
SISTEMA INFORMATIZADO E INVESTIMENTOS
Com o acordo é possível criar banco de dados integrados entre a Polícia Civil e Federal, evitando fuga de presidiários.
Com a união de estados pode crescer a procura por investir nesta região. Hoje, a Amazônia representa aproximadamente 55% de todo o Brasil. Mas mesmo assim, ela gera menos de 8% do PIB nacional. Este número remete à baixa infraestrutura do local em relação à zona portuária, aérea e estradas. Com disso, atrair a atenção de companhias que queiram sediar negócios no local fica difícil.
ALIMENTAÇÃO
Segundo o governador de Roraima, Antonio Denarium, a questão alimentícia é bastante relevante. Para ele, o consórcio deve aproveitar a união para crescer comercialmente e não depender do abastecimento de outros estados. Uma das medidas seria fortalecer a produção de carne, grãos e frutas. Apresentar ao resto do Brasil sua diversidade regional de sabores, como o açaí, jambu, mandioca e taperebá, além dos peixes de água doce.
DESMATAMENTO E PRESERVAÇÃO DA FLORESTA
A exploração ilegal de madeira, fez com que a floresta amazônica sofresse grande proporção de desmatamento. Entre 2017 e 2018 foram 7.900 quilômetros quadrados de área destruída.
Para o governador do Amazonas, Wilson Miranda Lima, as duras leis de preservação ambiental criam obstáculos ao desenvolvimento econômico. Com isso, metade da população vive em situação de extrema pobreza.
Miranda ressalta que essas leis mais duras de preservação da floresta vêm de organizações como o Greenpeace, políticos de outros estados brasileiros e de investidores estrangeiros. E que eles não sabem de fato como é viver nessa região de tantos obstáculos financeiros e que não é justo que eles queiram representar a Amazônia melhor do que seus próprios residentes.
*Foto: Reprodução – Marcelo Loureiro / Secom