Primeira soja editada no Brasil possui alto valor nutricional, com aproxiamdamente 38% de proteínas
Recentemente, a GDM, líder no Brasil em melhoramento genético de soja, anunciou a primeira soja editada no Brasil. Isso significa que ela possui alto valor nutricional. Além disso, as sementes da leguminosa contêm aproximadamente 38% de proteínas, 20% de lipídios (óleo), 5% de minerais e 34% de carboidratos.
Digestibilidade por animais monogástricos
Por outro lado, apesar do alto valor nutricional, suas sementes também contêm alguns fatores que podem reduzir a sua digestibilidade por animais monogástricos, como aves, suínos e nós, humanos.
Neste caso, rafinose e a estaquiose são dois tipos de açúcares solúveis presentes na soja, conhecidos como fatores antinutricionais.
Contudo, eles não são digeridos por animais monogástricos e quando ingeridos a partir da ração feita com farelo de soja acarretam gases, desconforto intestinal e reduzem a energia da ração e o ganho de peso.
Primeira soja editada no Brasil
Porém, como forma de solucionar esse problema, a GDM desenvolveu a primeira soja editada no Brasil. Neste caso, ela possui menores conteúdos de rafinose e estaquiose. Isso por conta de uma técnica de edição gênica. Esta foi classificada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) — entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação e responsável por implementar a Política Nacional de Biossegurança relativa a Organismos Geneticamente Modificados (OGM) — como livre de OGM.
De acordo com o presidente da GDM, Ignácio Bartolomé:
“Essa nova soja foi desenvolvida para criar valor para a cadeia de negócios da soja. O seu uso na criação de aves e suínos deverá aumentar a qualidade nutricional, possibilitando aos produtores menores gastos para a engorda e ganho de peso mais rápido nos animais.”
Vale ressaltar que para obter esta soja, um gene nativo precisou ser alterado. Todavia, a nova versão da proteína deste gene resultou na redução de 75% da rafinose e 50% da estaquiose nas sementes.
Excelência em pesquisa
A GDM é destaque global em melhoramento genético vegetal. Responsável pela genética de 1/3 de toda produção mundial de soja, investe alto em pesquisa e desenvolvimento. Apenas em 2021, no Brasil, foram destinados em torno de R$ 360 milhões em pesquisa. Dos mais de 1000 funcionários da empresano mundo, mais de 400 dedicam-se exclusivamente aos programas de P&D, explica Bartolomé.
“Entre as diversas pesquisas que conduzimos, esta, de criação de nova edição de soja teve início há três anos, e foi desenvolvida nos laboratórios da GDM em Cambé (PR), no Brasil. A expectativa é que essa nova variedade de soja esteja disponível no mercado até o final de 2025.”
Maior produção de soja é brasileira
Por fim, vale destacar que o Brasil se tornou o maior produtor mundial de soja há alguns anos e é também um grande consumidor de farelo de soja para a produção de carnes.
A expectativa inicial sobre a produção de soja do país em 2022 era de aproximadamente 142 milhões de toneladas. Os dados são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Na ocasião, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estimava que a safra 2022 seria de quase 139 milhões de toneladas. Mas, com a severa estiagem no Sul do país, as estimativas de produção, hoje, são de 125,4 milhões e 131,8 milhões, respectivamente.
*Foto: Reprodução