A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) faz estudos sobre cultivo, colheita e pós-colheita de plantas medicinais de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2010. No mês de maio, mais um projeto foi concluído por uma equipe formada por pesquisadores da empresa e de outras instituições.
Alinhado às políticas governamentais, o projeto tinha o objetivo de identificar tecnologias para o cultivo e pós-colheita de seis espécies: guaco, pimenta-rosa, alfavaca, alecrim-pimenta, hortelã e erva-baleeira.
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde publicou uma lista com 71 espécies medicinais de interesse do SUS. O governo de Minas selecionou 16 delas para no Programa “Componente Verde”, da Rede Farmácias de Minas, como uma forma estratégica de facilitar o acesso dos usuários do SUS a plantas medicinais in natura, plantas secas, fitoterápicos manipulados e industrializados. E por meio de políticas públicas e editais, os governos federal e estadual têm estimulado pesquisas com espécies medicinais a fim de fortalecer as cadeias produtivas e os usos terapêuticos dessas espécies.
De acordo com Maira Fonseca, pesquisadora da EPAMIG, a possibilidade de contribuir para a diminuição do extrativismo e garantir o fornecimento de materiais vegetais padronizados e de qualidade são fatores estimuladores das pesquisas:
“No Brasil existe uma alta demanda por pesquisas com espécies medicinais se considerarmos o hábito do uso dessas plantas associado a eficiência de suas atividades terapêuticas. Porém, ainda há necessidade de estimular o cultivo e a produção sustentável, com foco na obtenção de matérias-primas vegetais de qualidade.”
Outro benefício das plantas, mesmo que não seja de uso medicinal, é colocá-las em quaternários, afim de que elas não tenham contato com pragas quarentenárias, fungos, bactérias, vírus, nematoides e plantas daninhas.
As etapas do projeto para plantas medicinais
Intitulado “Tecnologias pós-colheita para espécies da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus)”, o projeto for coordenado por Maira Fonseca e desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, formada por pesquisadores da EPAMIG, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Já o cultivo foi realizado em sistema orgânico no Campo Experimental Vale do Piranga, na cidade de Oratórios (MG), de modo sustentável e com tecnologias adequadas a cada espécie medicinal.
A pesquisadora Maira revela que, depois da colheita, foi realizado a pré-seleção e a secagem do material vegetal em diferentes temperaturas (40, 50 e 60 ºC). Segundo ela, o objetivo foi selecionar as melhores temperaturas de secagem para cada espécie, com foco na preservação do rendimento e na qualidade fitoquímica dos óleos essenciais produzidos:
“A qualidade da matéria-prima vegetal é de grande importância para garantir a segurança do uso e a eficácia terapêutica das espécies medicinais utilizadas pela população e pela indústria. Desta forma, a EPAMIG tem contribuído para o desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias de cultivo, colheita e pós-colheita para várias espécies medicinais, o que resulta na produção de material vegetal de qualidade e contribui para a saúde e o bem estar da sociedade.”
No âmbito do projeto, desenvolvido com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), foi elaborada uma cartilha de plantas medicinais. A cartilha apresenta tecnologias adequadas para cultivo, colheita e pós-colheita de 16 espécies medicinais. Para ter acesso ao material, basta clicar aqui para fazer o download.