Segundo levantamento criado em 2022 pelo Google Trends a pedido do jornal Valor Econômico, o Brasil foi o país que mais pesquisou o termo ESG em toda a américa latina e o 25º no mundo. Entre 2021 e 2022, as buscas pela sigla subiram 150%. Algumas empresas, como o Clara Resorts, já nasceram com esse conceito em seus pilares, toda a operação do hotel é pensada para garantir a preservação ambiental, o apoio à comunidade e o desenvolvimento de seus funcionários.
Mas porque exemplos como esse vem ganhando tanto espaço? A seguir vamos investigar o significado desse termo e revelar a sua importância em uma organização.
O que é ESG?
Criado em 2004, o termo ESG está ligado à questões ambientais, sociais e de governança. A sigla foi cunhada em um relatório da Pacto Global, braço da Organização das Nações Unidas (ONU), e vem dos termos em inglês Environmental (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança), no Brasil também ficou conhecido por ASG (Ambiental, Social e Governança).
Sinônimo de empresas que possuem compromisso com questões ambientais, credibilidade e reputação, o ESG vai com certeza muito além de uma tradução de sigla. Os três pilares estão conectados à medidas aplicadas dentro de uma empresa que se preocupa em inserir práticas que consideram o meio ambiente, a comunidade e a sua administração.
Como surgiu o termo ESG?
Como citado anteriormente, o termo foi cunhado em 2004 em um relatório da ONU, que tinha como objetivo engajar as empresas a adotarem práticas voltadas aos direitos humanos, trabalho, meio ambiente e contra a corrupção. Chamado “Who Cares Wins”, o relatório lançado provocava presidentes de instituições financeiras a se preocuparem com a integração social, ambiental e de governança.
Lançado também em 2004, o relatório Freshfield da UNEP-FI analisou a importância do termo, quando apresentado junto a um estudo financeiro de uma organização. A partir desse momento, o termo virou sinônimo de sustentabilidade em fóruns, relatórios e pesquisas.
Pesquisas sobre ESG revelam a sua importância
De acordo com uma pesquisa realizada em 2017 pela consultoria The Boston Consulting Group (BCG), empresas que incorporam os conceitos de ESG possuem margens de valorização mais altas. Outro levantamento realizado pelo Global Network of Director Institutes (GNDI), revelou que dos quase 2 mil conselheiros indagados, 85% acreditam que o termo terá mais foco ao longo dos anos.
Segundo pesquisa realizada pela consultoria Mckinsey, 83% dos dirigentes executivos e profissionais de investimento acreditam que, nos próximos cinco anos, os programas ESG vão colaborar com o crescimento de valor para os sócios das empresas. As métricas ESG também são consideradas nas análises de risco e nas tomadas de decisões de investidores, bancos, gestoras de investimentos e fundos de pensão.
O capitalismo de stakeholder
O “capitalismo de stakeholder” está ligado ao conceito de ESG, pois, a sua prática também está conectada à geração de lucro, sem esquecer das questões sociais, ambientais e de governança. Pode ser definido também como um modelo de negócio em que uma empresa se preocupa com o seu impacto na sociedade e não apenas no retorno financeiro.
As empresas que não considerarem essa nova forma de fazer negócio, podem perder consumidores, lucratividade e se tornarem menos competitivas. Será cada vez mais importante que as organizações mostrem comprometimento com o seu mercado, consumidores e investidores.
O Tripé da sustentabilidade
Outro conceito ligado ao ESG é o Triple Bottom Line – em português tripé da sustentabilidade. Criado em 1994 pelo sociólogo John Elkington, o TBL indica que uma empresa tem uma relação saudável e sustentável entre recursos naturais, sociedade e lucro.
O método se baseia nos “3 Ps da sustentabilidade”, são eles: People (pessoas), Planet (planeta) e Profit (lucro). O tripé da sustentabilidade estabelece também que os indicativos social e ambiental devem estar incorporados nos demonstrativos financeiros.
Como mensurar os padrões ESG?
Nos últimos anos diversas empresas internacionais se propuseram a compilar e apresentar indicadores que medem o nível de engajamento de uma organização nas práticas em ESG. Para demonstrar esses dados, as corporações precisam compilar, medir e divulgar os seus índices financeiros e não-financeiros.
Entre o conjunto de indicadores – chamados de “frameworks” – que expõem o nível de comprometimento das empresas com as práticas em ESG estão: Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), Sustainability Accounting Standards Board (SASB), Organization for Standardization (ISO 14001) ), entre outros. Apesar da importância já revelada do ESG, o debate atual ainda é sobre como mensurar práticas não-financeiras e como padronizar os seus índices?
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